quarta-feira, 22 de abril de 2009

A coisa tá feia

Aproveitei o feriadão e fui à Serra Catarinense, onde estão algumas das mais agradáveis paragens de Santa Catarina. Meti-me no mato sobre o qual já falei aqui - leia a nota Até quando - e dei-me quatro dias de ócio como presente. Mas um ócio produtivo, pois pude ler bastante e fazer mais algumas conjecturas que pretendo dividir aqui com vocês. Uma delas partiu de uma frase do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), publicada pela revista Veja na edicão de 17 de dezembro do ano passado. Nas páginas amarelas, o peemedebista declara o seguinte:
- Mandamos para Santa Catarina comida, colchões, barracas... reclamam dinheiro para a reconstrução do Estado, mas preciso dos documentos. Não mando verba por telefone nem faço festa da galinha gorda com dinheiro público.
Ele respondia a uma pergunta sobre o atraso na liberação dos recursos para a reconstrução do Estado, atingido em novembro pelo maior desastre ambiental da história catarinense. Disse ainda que "em momentos como esse (a tragédia), sempre aparecem oportunistas querendo se projetar em cima da desgraça alheia".
A quem ele se referia? Ao prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), que hoje tem um colega de partido de Geddel como vice? Ou ao governador Luiz Henrique da Silveira, que também divide a casa peemedebista com o ministro?
De qualquer forma, ele ofendeu a todos nós com tais afirmações. É bom lembrar ao ministro que não precisamos de esmola - comida, colchões, barracas -, pois somos um estado trabalhador e altamente produtivo. O que queremos são os recursos a que temos direito como um dos mais sólidos contribuintes da nação. Queremos de volta nossa honra, queremos reconstruir nossa vida para seguir adiante enriquecendo o país, como sempre fizemos.
E agora, porque os recursos não chegam? Documentos já foram entregues a quilo - pelo menos é o que garantem nossos representantes. Quando veremos nossa Via Expressa reconstruída? Colocam ali cada vez mais placas sinalizando as áreas atingidas - contei 26 em uma extensão de 500 metros -, o que me leva a acreditar que obra mesmo ainda deve demorar.
É, como diria o filósofo contemporâneo, a coisa tá feia! Eu, se fosse o governador Luiz Henrique, chegava na direção nacional do partido e avisava: pessoal, o Geddelzão tá minando a confiança do povo na gente, não me deixem só!! Bom, mas se nem o presidente Lula dá jeito no Geddel, que só quer fazer obra na Bahia, imagina o Michel Temmer? A coisa tá mesmo feia...