quinta-feira, 16 de julho de 2009

Uma nova era da comunicação

Tenho vivido a experiência incrível e mágica de ser questionado por leitores sobre a falta de atualizações do Blog. Ontem mesmo o Michel Imme cutucou: ", entro lá todo dia mas tu só atualiza uma vez por semana. Assim não dá".
O primeiro sentimento é de tristeza, pois reconheço que tenho molhado pouco esta planta; o segundo é de alegria, já que a cobrança significa que existe o desejo de leitura!
Pois bem, caríssimos e estimados leitores, eu agora os informo: vou retribui-los em grande estilo, da forma que vocês merecem, nesta segunda-feira, quando, enfim, lançaremos o novo portal Análise em Foco.
Uma revolução, posso lhes assegurar. Um novo formato de jornalismo e comunicação, repleto de conteúdos variados. Cultura, entretenimento, serviços, negócios e, claro, muita opinião e análise. Tudo num lugar só.
A um time de colunistas de primeira linha, vão se juntar fontes, autoridade e personalidades, que, através de artigos - escritos com base em questões determinadas pelo portal - irão analisar, interpretar e explicar fatos importantes para o leitor.
Agendem, então: segunda-feira, dia 20, às 15h10min, darei entrevista na rádio Nereu Ramos - 740 AM - lançando o portal http://www.analiseemfoco.com.br/. Espero ser honrado com a audiência de vocês, até lá!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

As pontes do Belchior


No Belchior, em Gaspar, há duas importantes obras da reconstrução em andamento. Duas pontes, lado a lado, distantes cerca de 500 metros uma da outra. Elas ligam pequenos povoados à via principal da localidade.
Ali trabalham operários de outras regiões, recrutados pela empreiteira responsável pelas obras. Há cariocas e paranaenses, que trabalham até mesmo no sábado à tarde para antecipar a conclusão das pontes. Tudo muito bacana.
Só o preço das ditas cujas é que assusta: R$ 397 mil uma e R$ 396 mil a outra. São estruturas muito simples, compostas por quatro pilares robustos e, pelo jeito, vigas que ficarão apoiadas sobre elas para dar sustentação à passagem de veículos leves. Cerca de 10 metros de extensão, talvez menos.
Bom, não sou engenheiro para avaliar, mas quando penso na casa que poderia construir com R$ 400 mil fico um tanto inquietado. Será que uma estrutura tão simples como a daquelas pontes requer tecnologia e materiais tão caros assim? Quem entende do assunto deveria dar uma olhada lá, posso até indicar o caminho.

sábado, 4 de julho de 2009

Em cima do rabo dos outros

Na blogosfera tem quem venha questionando a permanência do senador José Sarney como articulista da Folha de São Paulo. Um sujeito chegou a escrever:

Não vejo a hora de ler a coluna do Fernandinho Beira-Mar ... ou do chefão do PCC. Isso sim é pluralidade. E ficamos no mesmo nível de bandidagem. Há tempos jornal de papel serve apenas pra embrulhar peixe. Tenho informação mais rápida e com opinião de verdade na internet, não só aquele bla bla bla politicamente correto dos jornais.

É, tá ficanto meio chato mesmo pra Folha. Realmente fica feio, por mais talentoso que ele seja com as palavras, manter alguém envolvido em tantas denúncias num espaço opinativo tão nobre. É uma coisa incrível, mas ninguém mexe com o Sarney. Ninguém ousa tira-lo de onde está, por mais enrolado que esteja. Deve ter muita gente com o rabo preso nessa história toda!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Herói da resistência


Tem gente corajosa e ousada neste mundo. São pessoas que merecem respeito e admiração, por desafiarem "leis" informais impostas por grupos poderosos. O dono do posto mostrado na foto é um destes sujeitos. Localizado na região Norte de Blumenau, passou o dia, nesta sexta-feira, vendendo álcool a R$ 1,69.
Numa cidade em que todos os postos cobram exatamente o mesmo preço pelo litro da gasolina e do álcool - R$ 2,59 e R$ 1,79, respectivamente - não é fácil quebrar o protocolo. Ninguém assume isso abertamente, mas em off empresários do setor admitem que há pressão para que se evite guerra de preços. Quem descumpre o trato, precisa ouvir clamores para que se enquadre.
Bem diferente do que acontece em Itajaí, por exemplo, onde o preço dos combustíveis chega a ter diferença de 20 centavos entre um estabelecimento e outro.
Por isso, sugiro uma ode ao corajoso proprietário do posto blumenauense. Que tenha sucesso em seu negócio, principalmente por respeitar as leis de mercado e o consumidor. Parabéns!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Sarney e o Senado

Essa história do Sarney é brincadeira: tem um monte de evidência contra o cara, mas quem tem que pedir para sair é ele. Fala sério, é a mesma coisa que perguntar para um bandido que tenha cometido um delito se ele quer ou não ir para a cadeia.
Se houvesse ética no Senado, o caudilho do Maranhão, eleito pelo Amapá, já teria sido afastado por decisão dos colegas, não dele próprio. Alguém envolvido em tantas suspeitas não pode permanecer em um cargo tão importante para a honra e a dignidade do país. Se for inocente, que prove, para então voltar ao cargo. Se querem ganhar o respeito da população, precisam fazer isso.
Senão vai ser igual ao episódio do Marçal em Blumenau. O vereador desafiou a lei mas ganhou apenas um puxão de orelha. Depois dizem que os jornalistas perseguem os políticos. Com estas atitudes, fica difícil não perseguir.

domingo, 28 de junho de 2009

O adeus a Jackson

A morte de um ídolo toca as pessoas não tanto pela perda da figura idolatrada, mas pelos momentos de vida a ela associados, que acabam partindo junto com o astro. Quando aprendemos a admirar um cantor, por exemplo, geralmente o fazemos ouvindo sua música em momentos que nos são aprazíveis. Aí relacionamos um ao outro, e assim guardamos passagens mágicas da nossa existência.
Foi assim que virei fã de Michael Jackson. Tinha sete anos de idade quando meus pais, não sei se comprando ou ganhando, trouxeram Thriller para casa. Era 1982. Eu o ouvia em uma caixa de abelha antiguissima, um toca discos dos anos 70 que compráramos em Lages antes de virmos para Blumenau.
Passava os dias ouvindo Jackson, olhando a capa do disco, o encarte, fitando o semblante do astro e sonhando ser igual ele. Thriller tem três grandes clássicos: a música que dá título ao disco, Billie Jean e Beat It, que virou símbolo de uma nova atitude transgressora. Mas tem também pérolas como Human Nature e The Girl Is Mine, num dueto com Paul McCartney. É um vinil sensacional!
Meus sonhos eram embalados por aquela música. Num tempo em que acreditamos que o mundo será do jeito que quisermos. E eu queria que fosse aquelas coisas que eu imaginava ouvindo Jackson. Queria ser capaz de brilhar através da arte, ser conhecido por algum talento incomum; na verdade queria ser uma estrela também.
Aí crescemos e descobrimos que a maioria dos nossos sonhos não vai tornar-se realidade. Mas enquanto o ídolo vive, parece que sempre há alguma chance, por mais que saibamos que não haja. Quando ele morre, porém, a ficha cai de vez. Chega então a prova de que o tempo passou, e aquela música também. Os sonhos ficaram na memória, assim com os momentos nos quais eles nasceram.
Senti de verdade a morte de Jackson. Fiquei de fato triste, até me emocionei. Parece que perdi alguém próximo, incrível isto.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Surraram a democracia

A democracia sofreu duro golpe com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que cassou a exigência de diploma para o ofício do Jornalismo. A Justiça, mais uma vez alinhada ao poder, optou por satisfazê-lo, em vez de satisfazer a maioria da população. A quem interessa que o mercado da comunicação tenha profissionais menos qualificados e pior remunerados? Somente a quem prefere ver o povo tutelado e privado de qualquer inflexão mais crítica. E neste balaio, infelizmente, também estão os grandes conglomerados de comunicação. Os patrões, como era de se esperar, aplaudiram a decisão. Comemoraram, foram tomar champagne com caviar, no café da manhã, em Paris.
Afinal, esse é o papel da imprensa: trazer à tona assuntos que, muitas vezes, ferem interesses corporativos para dar ao futuro do país uma perspectiva melhor. E é isso que querem evitar com a decisão da última quarta-feira. Querem jornalistas burros, pouco qualificados, que possam ser facilmente manipulados. Querem somente amebas à frente do conteúdo informativo entregue ao povo. Assim, poderão perpetuar o poder, mantendo-nos tutelados, sob as rédea dos barões da política nacional.
A decisão, na verdade, foi um "cala boba". A Justiça detesta a imprensa. Tem medo dela, teme a perda de regalias e privilégios, assim como o abalo de suas relações promiscuas com o poder. Por isso cassaram nosso diploma. Por isso nos humilharam, passaram por cima de nossa dignidade. Mais uma vez, foi a postura de uma Justiça que condena ladrões de galinha para proteger quem tem colarinho branco.
A alegação de nossos digníssimos magistrado não poderia ser mais esdrúxula: liberdade de expressão. Ora, senhores, jornalistas não se expressam, são apenas um canal entre as fontes e o público. Quem se expressa é quem dá entrevista para o jornalista. É a opinião da fonte que vai ao ar, nossa missão é simplesmente dar voz a quem quer se expressar. Por isso, dizer que permitir a qualquer cidadão exercer o ofício é garantir a liberdade de expressão, é mera balela.
Outro erro: a partir de agora, então, ofícios ligados às ciências humanas, como filosofia, história, sociologia ou letras, por exemplo, também não precisam mais de diploma. Afinal, se não há necessidade de conhecimento específico no jornalismo, como alegaram, também não há nestas faculdades. E até o cargo de juiz quem sabe agora possa ser ocupado por um engenheiro ou arquiteto, que tal? Não vejo na formação de um advogado nada assim tão diferente daquela utilizada no preparo de um jornalista. Eles decoram leis, nós teorias, princípios éticos, mecanismos de escrita.
Surraram a democracia no Brasil, mais uma vez. E justamente quem deveria garanti-la, incentivá-la, protegê-la. Triste, muito triste, o Brasil saiu perdendo.

domingo, 14 de junho de 2009

Os porquês do esgoto

Caros e estimados leitores, quero fazer aqui um sincero pedido de esculpas por ter-me ausentado tanto tempo do convívio que mantemos neste espaço. Mas minha vida tem estado bem corrida, com o trabalho de editor na Folha de Blumenau e os despachos que envolvem a criação de um portal na internet. Já na fase de programação, ele deve entrar no ar, ou melhor, na web, entre os dias 25/6 e 10/7.
Antecipo que causará ótima impressão, pelo nível dos parceiros que encontrei na empreitada. Gente boa do mercado de comunicação.
Justifico assim, então, a escassez de postagens aqui no blog. Assim que tudo estiver resolvido, nossos encontros voltarão a ser tão frequentes quanto antes. Mas em novo endereço, que informarei em momento oportuno.

De volta à Análise

Agora já de volta ao exercício despretensioso de comentar fatos, vou falar sobre o projeto que prevê concessão do sistema de coleta e tratamento do esgoto em Blumenau. Causa-me inquietação a velocidade com que a proposta ganhou corpo, simultaneamente à pouquíssima visibilidade que ganhou na sociedade.
É preciso esclarecer melhor essa história. A ânsia de resolver um problema secular a toque de caixa causa certo espanto. O modelo de concessão à iniciativa privada envolve licitações graúdas, transferências elevadas de recursos, negociações pra lá de melindrosas. E quem conhece o Brasil sabe como costumam ser feitos esses negócios, nem sempre de forma tão ilibada assim.
Por isso precisamos entender melhor o modelo proposto, saber quanto vamos pagar, como vai funcionar. Penso que algo desse nível não pode vir de cima para baixo, tem que ser o contrário.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Por quê?!

Certas coisa são mesmo difíceis de entender. A Câmara de Vereadores de Blumenau, que, a meu ver, errou em não cassar o vereador João José Marçal (PP), continua conduzindo o episódio de maneira equivocada. A demissão dos assessores petistas, que foi extremamente autoritária, já deveria ter sido revista há muito tempo. O caso estaria encerrado e todo mundo seguindo a vida normalmente.
Mas não, a direção da Casa insiste em mostrar a mão-de-ferro. Esquecendo que erro, de fato, quem cometeu foi o vereador ao exigir o descumprimento da lei. Até concordaria com a exoneração, caso o vereador também tivesse sido cassado. Aí teríamos mesmo peso e medida. Mas assim não dá pra engolir.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Campanha do Agasalho 2009

domingo, 31 de maio de 2009

Cuidado

Peraí: dar espaço e visibilidade para as justificativas do vereador João José Marçal (PP), cujo argumento agora é de "que estava defendendo o povo que representa" no episódio da Guarda de Trânsito eu acho perigoso, pra não dizer irresponsável até. Não quero bancar o Observatório da Imprensa, mas é bom ter cuidado, senão daqui a pouco a comunidade acredita mesmo nisso.
Marçal também está deitando e rolando com a liminar que "legalizou" a tal Van, mas sempre é bom lembrar que, no momento em que ele foi flagrado fazendo a defesa do veículo e seu proprietário, eles estavam irregulares.
A verdade é uma só: o vereador representa todos os blumenauenses, mas, naquele momento, reivindicou a prerrogativa de parlamentar para defender apenas um. Vamos com calma, vereador e colegas da imprensa. Menos pessoal, menos. Palanque só em época de eleição, e tribuna deve ser exclusividade do Parlamento.

PP: o Coringa de 2010

Os botões de minha camisa, vizinhos eternos e inseparáveis, puseram-se a tagarelar neste fim de semana, derramando muita prosa sobre a trama que envolveu a absolvição do governador Luiz Henrique pelo TSE .
Naquela tagarelagem, um dos botões questionou: será que não estão superdimensionando o papel do vice-governador Leonel Pavan no desfecho do episódio? Tudo bem, é claro que a contratação do advogado Fernando Neves, sumidade que traz no currículo casos como o que envolveu a renúncia do ex-presidente Fernando Collor, foi decisiva e teria partido do ninho tucano. Mas o PMDB também tem cobras criadíssimas em Brasília. Gente muitíssimo capaz de encaminhar lobbies, recados e ponderações no centro nevrálgico da política nacional.
E mais: gente ligada ao governo e, portanto, ao poder, do qual hoje o PSDB, em nível nacional, surfa apenas a marola da oposição. Além do mais, nada impediria que Neves já tivesse sido contratado pelo próprio LHS, afinal já atuou no processo de outros quatro governadores. Aliás, a entrada de Pavan no processo pode bem ter sido estratégia para corrigir tal erro.
Enfim, será difícil saber ao certo de onde exatamente partiu a jogada que virou o placar e garantiu a vitória de Luiz Henrique aos 48 do segundo tempo. Mas vale lembrar que ele ganhou cinco eleições seguidas _ uma para deputado federal, duas para prefeito da maior cidade do Estado e duas para o governo de Santa Catarina - e foi Ministro da Ciência e Tecnologia no governo de José Sarney. Cacife o peemedebista tem, até mais do que Pavan.
Certo é que o resultado reforça ainda mais o latente racha que se desenha na Tríplice Aliança para o ano que vem. O tratamento que estão dando a Pavan, se fortalecê-lo, também pode defini-lo no embate. O DEM de Raimundo Colombo dificilmente abandona a disputa, enquanto o PMDB de Pinho Moreira e Dario Berger teria que entregar dedos e anéis para deixar a raia.
Num cenário em que os três lancem candidato - embora pouco provável -, o PT, acredito, fecharia com o PMDB. Até porque o comportamento das lideranças petistas em relação à absolvição do governador denuncia esta possibilidade. Todos no partido, embora oficialmente sejam oposição em nível estadual, pouparam LHS de ataques. Será que a dobradinha Berger ou Pinho & Ideli estaria pintando?
DEM e PSDB, caso Colombo ou Pavan se distanciem um do outro nas pesquisas, podem muito bem juntar forças e afastarem-se do PMDB.
Enquanto isso, o Coringa de 2010 deverá ser o Partido Progressista (PP). A sigla de Esperidião Amin, que deve concorrer ao Senado, pode fechar tanto com os petistas, com quem já caminharam juntos na eleição de 2006, quanto com tucanos e democratas, de quem são aliados históricos em Santa Catarina. E serão um Coringa disputadíssimo, já que o patrimônio eleitoral de Amin pode muito bem decidir uma eleição. As discrepâncias com o PMDB são fortes, mas, como na política o inimigo de hoje pode ser o aliado de amanhã, seria incrível imaginar PMDB, PP e PT juntos numa coligação. Lembrando que em vários municípios do estado, PMDB e PP já governam juntos. Seria uma nova Tríplice, em mais uma jogada incrível do astuto articulador que é Luiz Henrique da Silveira.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Poderia ser piada

Parece até piada, mas não é. Por decisão judicial da Comarca de Blumenau, a dita cuja VAN que fazia transporte irregular de alunos voltou a circular em território blumenauense. Formosa, garbosa e, o mais incrível: agora regular! Amparada por liminar, ganhou o direito de rodar faceira pelas ruas da cidade.
Aliás, deve estar tão faceira quanto o vereador João José Marçal. De repente ele até está dando umas voltas com ela, de preferência ao volante. Imagine a cena: o vereador Marçal dando tchauzinho da janela da Van, com a outra mão no volante, para seus eleitores.
Pois é, tem coisa que eu não entendo. Acho que vou largar o jornalismo e, se meu pai pagar mais uma faculdade pra mim, vou fazer Direito. Só pra entender as leis e a Justiça. Afinal, a sociedade perdeu e ainda perde o um tempão danado com essa história do Caso Marçal pra Tia Justa, de repente, chegar e dizer que tava tudo certo. É pra acabar! E a promotoria da Defesa da Moralidade Administrativa, não se pronuncia, não entra no caso? A OAB, de repente, não poderia encaminhar denúncia ao MP?

sábado, 23 de maio de 2009

Era preciso mais

Esperei a poeira baixar para voltar ao assunto. E mesmo assim vou falar pouco para não falar besteira. Afinal, agora preciso ter muito mais cuidado com o que falo.
De qualquer forma, na minha opinião, a Câmara de Vereadores deveria ter, sim, cassado o vereador João José Marçal (PP). Repito: nada tenho contra ele na esfera pessoal, até porque desconheço sua intimidade.
Mas a questão é meramente técnica, ele é um legislador e reivindicou o descumprimento da lei. Só isso, simples assim. O que mais, então, é necessário para que um parlamentar quebre o decoro? Precisa matar alguém, fazer falcatruas e chamar a imprensa para anunciá-las em coletiva? Pois não consigo me conformar, não consigo.
Resta-nos torcer, assim, para que ele, Marçal, e todos os colegas de legislatura, aprendam com o episódio e busquem aprimorar suas condutas, no sentido de ter mais respeito e zelo no trato da função pública. Que tenha boa sorte o vereador, então, se quiser ele, a partir de agora, apostar na retidão de sua postura, na adoção de princípios calcados na licitude. É o mínimo que se espera de um legislador.
Em tempo: mesmo um tanto decepcionado com nossos parlamentares - cujas virtudes ainda quero poder exaltar, aqui neste mesmo espaço -, agradeço, de forma sincera, os Votos de Congratulações que recebi da Casa no último dia 11. O ofício, gerado a partir de um requerimento da vereadora Norma Dickmann (DEM) e assinado pelo presidente da Câmara, Jens Mantau (PMDB), traz cumprimentos "pelo empenho em divulgar e cobrar ações, na campanha Reage Blumenau (...), com relação à liberação de recursos para a reconstrução de nossa cidade. Desejando pleno êxito, externo protestos de elevada estima e distinta consideração".

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A cartelização das subjetividades

Tenho ido com frequência para o litoral e descobri que, no lugar da BR-101, o melhor caminho para chegar a Balneário Camboriú é passar por dentro de Itajaí. Sabe por que? Porque o litro da gasolina está sendo vendido, em alguns postos, a R$ 2,29 na terra da Marejada. Pasmem: R$ 2,29. E não é só isso. Lá os postos travam verdadeira batalha de preços, chegando a diferença entre um e outro a 20 centavos por litro. Em 10 litros, são R$ 2,00. Em 100 litros, diferença de R$ 20. Em relação ao preço praticado em Blumenau, onde uma misteriosa conjunção de fatores faz os 50 postos da cidade venderem gasolina ao mesmo preço (R$ 2,59), a diferença chega a R$ 30 reais, na mesma quantidade de gasolina. Quem roda cerca de 800 quilômetros por mês - distância que a maioria dos motoristas percorre - economizará R$ 240 abastecendo em Itajaí. R$ 2.880,00 em um ano. É muita grana. O álcool, lá, pode ser encontrado a R$ 1,49.
Olhando para o cenário do município vizinho, com postos concorrendo e favorecendo, com isso, os clientes, fica difícil acreditar que não há combinação de preços em Blumenau. Como podem dezenas de estabelecimentos diferentes venderem o mesmo produto pelo mesmíssimo preço??!! O argumento, que também parece combinado, é de que todos evitam baixar para evitar uma guerra de preços e o consequente achatamento do lucro.
O engraçado é que, de acordo com este raciocínio, todos também pensam exatamente igual. Isso é que é homogeneidade de opinião, !! Seria quase que uma "cartelização das subjetividades".
Pois bem, fico com os empresários de Itajaí, que respeitam as leis de mercado e com isso favorecem o consumidor. Lanço aqui o movimento: Abasteça em Itajaí. Vamos todos respirar um ar litorâneo e ainda economizar uns trocados. Quem sabe isso amoleça o duro coração dos proprietários de postos blumenauenses.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um novo desafio

Quando pedi demissão e deixei o Jornal de Santa Catarina, há dois meses e meio, disse a meus colegas - e a todos que me perguntaram - que estava partindo para a execução de projetos pessoais. Basicamente três coisas: um livro, um blog e um portal na internet. Dois deles decolaram e estão andando a passos largos. O Blog vem ganhando leitores e acessos, enquanto o portal, se tudo der certo, deverá estar na Web até o final de junho. Já o livro, que é minha grande obsessão, terá que esperar mais algum tempo, até que coisas mais concretas se acomodem.
Mas um novo desafio, que não estava em meus planos, surgiu para não deixar-me trabalhar menos de 15 horas por dia. Nesta quinta-feira, depois de dois anos e um mês, volto para a Folha de Blumenau, onde assumo as editorias de Política e Economia.
O trabalho em veículos de comunicação, como disse a todos quando deixei o Santa, era uma possibilidade afastada naquele momento. Dediquei-me, nestes quase três meses, apenas a meu Blog e ao portal que, em parceria com outros profissionais, estou formatando. Mas sabe como é redação para jornalista: um vício. Por isso, depois de conversar por algumas vezes com o pessoal da Mundi Editora, que me honrou com uma proposta tentadora, decidi aceitar o desafio de coordenar as duas editorias do periódico blumenauense.
Cheguei a declinar do convite num primeiro momento, mas percebi depois que não deveria desperdiçar a oportunidade. A Folha é hoje, em circulação, o segundo veículo da cidade. Em apenas três anos, ganhou espaço significativo e agora é referência na pauta e na discussão dos assuntos mais relevantes na cidade. E, neste contexto, as editorias de Política e Economia têm importância singular, principalmente por envolverem assuntos que podem definir os rumos da cidade e da região.
Volto, portanto, à peleia da notícia. Agora, além de analisar e interpretar fatos, como vinha fazendo nos últimos meses, vou narrá-los também. Um novo desafio, uma nova motivação. Coisa boa isso. Espero agradar a todos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Discussão inócua

Tem-se batido muito nessa tecla do projeto de lei que obriga os bancos a disponibilizarem vigias nos caixas eletrônicos. Eu, no entanto, acredito que tanto a discussão quanto a proposta, apresentada pelo vereador Napoleão Bernardes, são inócuas. A iniciativa pode até ser bem intencionada, como o é o vereador, mas o problema é que uma lei como essa, além de ter dificuldade para colar - veja a das filas nos bancos, não deu em nada - também ataca um problema muito localizado, exacerbadamente pontual. Quantos casos de assalto em caixas eletrônicos temos em Blumenau por mês? Basta pedir as estatísticas às policias, mas aposto que são muito poucos, talvez sequer existam.
Agora confira o número de assaltos, à mão-armada, que há, quase todos os dias, a farmácias, padarias, lotéricas, postos de combustível? São dezenas, talvez centenas. Bancos são lugares seguros: ficam próximos a grande concentrações de gente - raramente estão vazios - e só funcionam até 10h. Além do mais, nenhum bandido quer perder tempo e correr risco abordando um sujeito com R$ 20 no bolso.
O problema da cidade é o efetivo insuficiente da Polícia Militar nas ruas. Se houver policiais fazendo ronda ostensiva nas ruas, os marginais ficarão acoados. Perderão a coragem, serão entocados como ratos. Aí param de assaltar farmácias, padarias, postos e lotéricas. E não imagino que começarão a assaltar caixas eletrônicos em busca de um novo nicho, certo? Se já não o fazem hoje, não imagino que o farão depois de resolvermos o problema da segurança pública.
Um amigo do peito meu, o Gil Riella, funcionário do Banco Central, voltou de Nova York no início deste ano. Morou quatro anos lá, onde fez doutorado. Quando veio a Blumenau para uma visita, há dois meses, contou-me que, de tudo o que viu na Grande Maçã, o que mais a ele impressionou foi a segurança da cidade. Diz o Gil que lá você anda a qualquer horário, em qualquer rua, sem nenhum medo de assalto. E olha que no início da década de 70, NY tinha a fama de cidade mais violenta do mundo. Sabem qual o segredo: ronda ostensiva.
Os policiais, de acordo com Gil, andam à paisana entre os pedestres nas ruas; viaturas circulam com frequencia, afugentando criminosos. Uma simples "mijada" na rua rende detenção e multa de US$ 150, paga na hora.
É por isso que eu acho que perderemos tempo discutindo o projeto do vereador Bernardes, por mais bem intencionado que seja. Precisamos encontrar, sim, uma saída para o problema da falta de efetivo policial, é aí que os poderes Legislativo e Executivo, assim como o próprio Judiciário, podem e devem focar energia. Concordo com o veto do prefeito, acho que se promulgarem a lei perderemos mais tempo ainda com processos na Justiça, manifestações, debates. E perderemos tempo à toa, deixando os bandidos livres na rua para continuar assaltando, daqui a pouco até caixas eletrônicos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cumprimentos e hostiliades

Hoje fui à Câmara de Vereadores de Blumenau dar uma passeada. Queria sentir o clima por lá, depois das duras críticas que fiz ao comportamento do Legislativo em relação ao caso do vereador João José Marçal. Fiquei cerca de meia hora por lá, e, entre os parlamentares, encontrei apenas o presidente da Casa, Jens Juergen Mantau. Polido, aproximou-se, chamou-me pelo nome e cordialmente cumprimentou-me. Fiquei surpreso, pois esperava maior hostilidade, afinal é ele quem mais sente as dores do Parlamento e, portanto, os meus ataques. Agradeço até, vereador, confesso que sua atitude alivou-me um pouco a tensão.
As hostilidades, com isso, acabaram ficando por conta do Airton Maçaneiro, figura dos primeiros escalões do PMDB blumenauense. Estendi a mão para cumprimenta-lo mas ele, acintosamente, negou-me o cumprimento. Considerei a atitude um pouco descabida, visto que jamais o critiquei e até mantinha contatos amistosos com ele. Mas compreendo, talvez tenha tomado as dores das críticas que fiz ao Governo do Estado no moroso processo de repasse de recursos para a reconstrução da cidade. Só pode ser isso, não vejo outro motivo para a atitude.
Eu e Maçaneiro trabalhamos juntos, em 2006, no comitê de campanha do governador Luiz Henrique da Silveira em Blumenau. Ele coordenava a estrutura e eu a produção dos jornais de campanha que eram feitos lá. Trabalhava como jornalista. Recebia por isso e dava o melhor de mim para que o trabalho tivesse a melhor qualidade possível. Muitas vez contrariei até pedidos internos, com a certeza de que não seriam o melhor para nosso produto. Mas, asseguro, vesti a camise e trabalhei para eleger o governador, não vejo constrangimento em assumir isso.
Mas isto não me impede de fazer críticas, mesmo aquelas em que eu talvez acabe sendo injusto. mesmo porque não tenho filiação partidária alguma. Falo e escrevo sempre com isenção e imparcialidade, e meu único objetivo é fazer análises e dar opiniões que possam contribuir para o bem da cidade. É só o que desejo: o melhor para Blumenau. Vale lembrar, aliás, que aqui mesmo já rasguei elogios ao também peemedebista Rufinus Seibt, vice-prefeito da cidade, que, para mim, é figura chave no desentrave de recursos federais para a região (leia a nota Rufinus Seibt, no arquivo de março do Blog)
Por isso, Airton, acho que precisamos bater um papo. O diálogo é e continuará sendo sempre a melhor saída para todo e qualquer problema. Se concordares comigo, é só ligar, acho que tens meu telefone.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cuidado com a Net

O monopólio é mesmo um sério dano às economias de mercado. A Net, por exemplo, agora inventou de negar serviços aos clientes, inclusive aqueles previstos em contrato. Hoje, quando liguei para pedir a instalação de pontos adicionais de internet e TV a cabo em minha casa, fui informado que minha solicitação simplesmente não poderia ser atendida por que a empresa aguarda o desfecho do imbróglio judicial que determina a instalação gratuita de pontos adicionais. E olha que estou disposto a pagar o valor que sempre cobraram, não quero nada de graça, só quero um serviço que eles me disponibilizaram por contrato. E agora?! Preciso ir à Justiça, gastando tempo, dinheiro e paciência, para pedir o serviço ou os órgãos competentes, criados para assistir ao consumidor, podem fazer alguma coisa? Vou procurar o Procon pra saber e depois conto...
É nessa hora que dói não poder fazer nada. Se tivesse outra empresa prestando o serviço na cidade, correria para os braços dela agora. Mas não, fui feito refém pelo grupo controlado pela Globo e pelo mexicano Carlos Slim, dono da terceira maior fortuna do mundo. Estou no cativeiro, acoado, sem nenhuma porta ou janela para tentar fugir. Socorro!!!!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Verdades sobre a Cristais Hering

Recebi um e-mail do administrador da Cristais Hering, Alvino Cavaco, que fez considerações sobre o teor dos comentários que fiz aqui e as notícias que têm sido veiculadas pela imprensa local sobre a situação pré-falimentar da empresa. Mediante sua autorização, publico-o abaixo, considerando que traz argumentos claros e informações importantes:

"Não vi a citada matéria no jornal conforme teu blog: " Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União ...". Porém deixemos bem claro que jamais citei, em qualquer hipótese, que a Justiça é culpada do fato Cristais Hering. São conclusões arbitrárias de entrevistadores. Acho, sim, que após tantos desmandos nesta empresa, a Justiça foi extremamente benevolente. Estou a poucos meses na gestão desta empresa, e o que objetivei realmente foi a reestruturação para deste ponto em diante, se passar a cumprir com os encargos sociais e tributários, garantindo uma certa sobrevida à mesma e aos empregados.
O que afirmei, é verdade, que jamais alguém investiria diante das duas últimas sentenças judiciais, pois eu e os investidores desconhecíamos ainda a magnitude plena do problema.
E como citaste, não estamos falando em R$ 500.000, como também informaram.
Os fatos reais que a levaram à paralisação, em breve serão de conhecimento social"


Quem ler, mais abaixo e no arquivo do Blog, as notas que escrevi sobre o assunto, entenderá do que Cavaco está falando. O trecho a que ele se refere, no texto escrito por mim, foi baseado em uma notícia que li no Santa, da qual transcrevo parte:
- Entretanto, argumentou ontem o empresário (Alvino Cavaco), só haverá investimento na Cristais “Quando a Justiça não for contra o empreendimento”.
Ele alega não que fez esta colocação ao jornal e diz que a Justiça, na verdade, tem sido benevolente com a empresa. Discutir o teor de publicações que envolvem subjetividades interpretativas e divergências de enfoque, porém, será sempre complicado, e é injusto apontar culpados quando se trata de discrepâncias de opinião e ponto-de-vista.
Penso que o mais importante na argumentação do administrador da Cristais Hering é o conteúdo elucidativo da mensagem. Quando ele reconhece que o intuito das negociações é dar "certa sobrevida" à empresa, admite que a situação é muitíssimo grave. Também desabafa, falando em "desmandos nesta empresa", constatação evidente perante o quadro a que chegou esta que já foi um ícone da pujança blumenauense. O administrador admite ainda que desconhecia toda a amplitude do problema, e que informará a sociedade, em breve, sobre a real situação da tradicionalíssima fábrica de Blumenau.
Cavaco, na verdade, aceitou uma missão pra lá de espinhosa e agora, se alguém merece algum crédito nessa história, é ele. A salvação da empresa, imagino, já não é possível. Mas da marca sim. Quem sabe se, executando a empresa e vendendo o selo Cristais Hering, algum investidor não possa de fato interessar-se.
Foi o que aconteceu com outro ícone da saga empreendedora da família de migrantes alemães. Comprada por uma família de italianos, os Bertolazi, a marca Gaitas Hering é produzida até hoje em Blumenau, com clientes espalhados pelos cinco continentes do mundo. Lá ainda trabalham - ou trabalhavam, até bem pouco tempo - afinadores que entraram para a empresa quando o proprietário ainda era o legendário Alfredo Hering. A antiga fábrica, porém, sucumbiu e deu lugar a uma praça, na região Norte da cidade.
Eu, particularmente, torço para que a Cristais Hering seja salva. Ela é uma das marcas mais conhecidas da cidade, devemos muito a ela e a família que fundou o Império dos Dois Peixinhos. Apenas penso que, dentro da atual composição jurídica da empresa, isso seja impossível, tamanha a complexidade das dívidas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É preciso investigar

Hoje parei para ler a Folha de Blumenau com mais atenção e li então a matéria sobre o contrato de uma empresa de transportes com a prefeitura de Blumenau. O vereador petista Vanderlei de Oliveira, de acordo com a reportagem, apresenta documentos segundo os quais um repasse de R$ 195 mil, em fevereiro, teria sido feito, pela administração municipal, à tal empresa. O objetivo seria o transporte de donativos para as vítimas da tragédia de novembro, e o dinheiro da contratação teria saído da conta aberta pela prefeitura para arrecadar doações.
Um caminhão novo, trabalhando com cargas líquidas e inflamáveis, como álcool e derivados de petróleo, considerados o filet mignon do transporte, consegue faturar cerca de R$ 3 por quilômetro rodado. Faturamentos muito superiores a isso são difíceis de serem alcançados no mercado de transportes hoje, considerando o ambiente de elevada concorrência do setor.
Nesta conta, a empresa contratada pela prefeitura teria que rodar mais de 60 mil quilômetros em um mês para justificar o valor do negócio. É muita quilometragem, cerca de cinco vezes o que roda um caminhão-tanque percorrendo diversos estados do país.
Por isso é importante saber, para medir a existência ou não de irregularidades, como alega o vereador, quantos caminhões a tal empresa subcontratou e quais as distâncias e itinerários percorridos. Este é o caminho para se checar a licitude do contrato, iniciativa esta que merece atenção dos órgão competentes do Executivo e do Judiciário.

Parece brincadeira, mas não é

É assim que nossos magistrados classificam o sofrimento imposto aos clientes pelas agências bancárias de Blumenau: “mero aborrecimento que não causa dano moral”. É o que informa o Santa em reportagem publicada hoje. Assim fica difícil, chego a desanimar.
Não sou jurista, portanto preciso ter cautela ao falar disso. Mas pergunto: será que algum dos juízes da Segunda Turma de Recursos de Blumenau, que indeferiu diversos pedidos de indenização feitos por clientes a instituições bancárias, já esperou duas horas para ser atendido numa fila de algum banco? Será, hein? Dificilmente, pois, para este tipo de cliente, os gerentes se desdobram e resolvem tudo por telefone.
Pois eu já passei por esta humilhação. E é assim que você se sente: humilhado. Sua autoestima cai, e um sentimento aterrador, de impotência e revolta, toma conta de sua mente e seu corpo. Basta ver o semblante das pessoas que estão ali. Chego a ter taquicardia. Sem falar que, não raro, compromissos são perdidos, às vezes oportunidades também. Fico pensando, revoltado: vai ano e vem ano e o número de caixas atendendo é o mesmo! Pior: muitas vezes diminui, sob a alegação de que a automatização dos serviços traz mais rapidez e conforto aos usuários. Ao mesmo tempo, o lucro dos bancos é cada vez maior, conforme os balanços anuais divulgados pelo mercado financeiro. E são sempre inversamente proporcional à satisfação dos clientes, que pagam cada vez mais taxas e esperam cada vez mais tempo nas filas.
Por isso que um banco é mesmo um ótimo negócio: você cobra caro pelo produto, oferece pouca qualidade no serviço, emprega pouquíssima gente mas ouve o tilintar do caixa soando sem parar. Eu sempre quis ter um negócio assim, como diria o Zeca Pimenteira.
E, depois de tudo, quando o cliente busca algum direito na Justiça, nem a lei é suficiente para aliviar-lhe a dor, pois, para os juízes, o calvário das agências é “mero aborrecimento que não causa dano moral”. Parece até brincadeira, mas infelizmente não é.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Silêncio rompido

Nota 10 pro Santa hoje, que foi atrás dessa história do Marçal. Escrevi sobre isso ontem, lembrando a importância do envolvimento dos grandes veículos na cobertura do caso. Eles estavam em um silêncio emblemático, finalmente rompido hoje pelo JSC. Se a imprensa não acompanhar o assunto, a coisa esfria e dá bem no que eles, os políticos, querem: abafar o caso e evitar desgastes. Pelo menos os da situação, é claro. A oposição, óbvio, fará barulho se lhe derem voz.
O grito, no entanto, deveria ser de todo o Legislativo. Também já escrevi isso aqui: é a honra da Câmara de Vereadores que está em jogo! A mesa diretora, os líderes de bancada, presidentes de comissão, enfim, o cerne político do parlamento municipal deveria assumir um posicionamento claro e objetivo, no sentido de rechaçar a conduta do vereador João José Marçal (PP), que tentou convencer guardas de trânsito a fazer vista grossa perante irregularidades constatadas em um micro-ônibus de transporte escolar. Se fizessem isso, ganhariam muitos votos de confiança da sociedade. Caso contrário, assumirão a pecha de coniventes com a irregularidade.
E digo mais: se o próprio Marçal já tivesse reconhecido o erro e pedido desculpas publicamente, todos já teriam esquecido o caso. Mas não, insiste naquele que é seu discurso mais manjado:
- O PT quer me derrubar.
Quem pode derrubá-lo é ele próprio, com a besteira que fez. E pior: na entrevista que deu ao Santa hoje, ele alega ter documentos que comprovariam irregularidades supostamente cometidas por agentes da Guarda de Trânsito. Isso é grave, ele precisa, então, entregar tais documentos, pois é uma autoridade e como tal não pode sonegar informações de interesse público. Seria mais um motivo para quebra do decoro parlamentar, ou estou enganado?
Também achei que o vereador Marco Antônio Wanrowsky (PSDB) poderia ser mais corajoso em suas afirmações. "Pelo que se tem dito, ele (Marçal) teve uma conduta de abuso de poder", declarou o tucano. Como assim "pelo que se tem dito", vereador? É pelo que se viu e ouviu, está gravado, a prova é farta!
Até o momento, a postura que mais me agradou foi a do vereador Napoleão Bernardes (PSDB), que, embora nas entrelinhas, condenou a atitude do colega progressista. Podia ser uma postura mais explícita e clara, mas aí tem que dar o desconto das subjetividades.
Quanto à origem da mal fadada gravação, é difícil saber ao certo. Mas me parece plausível pressupor que duas possibilidades são as mais possíveis: ou partiu do PMDB, que não se bica com o PP, ou realmente verteu no PT, que, diz uma fonte, teria a simpatia dos agentes de trânsito que abordaram Marçal.
Eu discordo de que o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) não tenha nenhum interesse nisso. Ele tem sim, ou, pelo menos, precisa ter, já que o episódio é evidência clara de que as discrepâncias dentro da base existem e são fortes. Afinal, nada disso teria acontecido se houvesse mais harmonia em sua equipe. Bastaria a ordem de um comandante mais graduado para que a operação de gravação e vazamento fosse abortada. Custo a creditar que guardas de trânsito a serviço do PT fossem capazes de sobrepujar todo o comando para forjar a emboscada. Parece-me mais factível, e isso é só uma opinião, que a decisão de levar a cabo a empreitada teria partido de extratos mais elevados do poder Executivo.
O fato indiscutível é que, ao ponto em que as coisas chegaram, só resta cassar Marçal para que a alma de todos possa ser lavada. E olha que esta estratégia é velha conhecida dos marketeiros: em caso de escândalos indiscutíveis, reconheça o erro, peça desculpas e anuncie mudanças para corrigi-lo. O assunto sai da mídia, as pessoas aplaudem sua postura humilde e tudo logo volta ao normal. A mídia pula para a próxima polêmica e você segue sua vida.
Mas não, é aquela velha mania que temos, principalmente quando somos criança, de esconder as falhas mais graves de nossos pais. Quando na verdade deveríamos dividir com eles nossos desvios, para que nos ajudassem a retificar nossa conduta.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A cova da Cristais Hering

Pelo jeito acertei a previsão de que a Cristais Hering não voltaria a produzir. No início de março, quando os jornais informavam que a empresa fechava as portas para se reestruturar, alertei: ela poderia estar, na verdade, encerrando sua história.
Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União. O administrador da Cristais, em matéria publicada ontem pelo Santa, argumenta que investidores estariam dispostos a colocar dinheiro ali desde que o magistrado reavalie seu posicionamento. O valor, de acordo com reportagem anterior, também do JSC, seria de R$ 500 mil.
Sinceramente, acho isso uma balela. Primeiro porque investir na Cristais Hering, apesar de toda a história deste ícone do empreendedorismo blumenauense, é, no momento, botar dinheiro fora. Segundo porque R$ 500 mil em uma dívida de R$ 300 milhões é a mesma coisa que nada. E em terceiro porque a culpa pela situação vivida pela empresa é de seus administradores, e não do juiz. Foram eles que fizeram sei lá o quê com o dinheiro que passou pelo caixa da fábrica durante anos e anos.
Se for assim, fica fácil, até eu abro uma empresa: dou calote em todo mundo, fico com o dinheiro pra mim e depois ainda culpo a Justiça quando esta me cobrar a dívida. Com um pouco de sorte, a opinião pública fica do meu lado e continuo a festa. Que tal?? Desculpem-me, mas quem cavou a cova da Cristais Hering foi ela própria.

Cadê a notícia?

Inquieta-me o silêncio dos grandes veículos de comunicação, principalmente os impressos, em torno do caso Marçal. Por que não problematizam a questão? A quantas está o procedimento interno da Câmara de vereadores para averiguar a conduta do vereador? O que dizem juristas, cientistas políticos, magistrados: houve quebra do decoro parlamentar? O Ministério Público não vai se pronunciar?
O Santa publicou no fim de semana uma matéria morna sobre o assunto, transformando em protagonista do caso a guarda de trânsito, quando o papel principal da novela é do vereador João José Marçal (PP), que tentou burlar a lei em favor de terceiros. A Folha de Blumenau, da mesma forma, tem pegado leve com o Legislativo, evitando críticas e cobranças mais severas. Depois os editores reclamam que não há pautas boas de Política para render matérias. Querem assunto melhor do que este?

sábado, 2 de maio de 2009

Os detalhes do cálculo

Gostaria de ver os estudos sobre os quais fala o vereador Marcelo Schrubbe (DEM), em reportagem publicada pela Folha de Blumenau neste fim de semana. De acordo com ele, tais levantamentos calculam em R$ 910 milhões os prejuízos causados pela tragédia de novembro. Este seria, portanto, o custo total de reconstrução da cidade.
Não que eu desconfie da lisura do cálculo, mas trata-se de um valor bastante elevado. Equivale a todo o orçamento do município para 2009. Se entrasse no caixa da prefeitura de uma só vez, funcionaria com uma espécie de 13º salário para o ente público. É muito dinheiro, difícil até, para um leigo como eu, imaginar tudo que dá pra fazer com ele.
Mas façamos um exercício de imaginação:

- O treho mais atingido da Via Expressa custou, para ser concluído, há um ano, cerca de R$ 15 milhões. Para ser recuperado, após os estragos, imagino que não precise de igual quantia, afinal, nem todo ele foi destruído. Suponho então que, com uns R$ 10 milhões, seja possível reconstruir a avenida.

- Não tenho idéia de quanto se gastará para recuperar o sistema pluvial em frente ao Sesi, na Rua Itajaí, mas posso imaginar que deve ser um valor muitíssimo inferior aos cerca de R$ 40 milhões que o governo municipal investirá para ampliar em cerca de 20% a infra-estrutura sanitária da cidade. Algo em torno de R$ 5 milhões me parece um valor razoavel para recompor aquela estrutura.

- As 11 pontes que precisam ser reconstruídas, penso, não devem consumir mais do que R$ 5 milhões cada uma, em média, considerando que a amplitude dos estragos é diferente em cada uma. Acho um valor até alto, já que elas serão reconstruídas, não construídas. Em boa partedos casos, basta recuperar as cabeceiras.

- Um cálculo simplista, utilizado para projeções incipientes, estima em R$ 1 milhão por quilômetro o custo da pavimentação em rodovias. Desconheço a extensão total dos trechos atingidos no perímetro urbano, mas penso que dificilmente seria superior a uns 100 quilômetros, que é a distância percorrida entre Blumenau e Rio do Sul, aproximadamente.

Aqui neste exercício, feito com a liberdade da inflexão, seria possível reestabelecer boa parte da infraestrutura da cidade com R$ 170 milhões. É preciso ressaltar, claro, que ainda há galerias pluviais para serem desobstruídas, encostas - como o Ristow - para serem recuperadas e equipamentos urbanísticos - como trevos, parques e jardins - precisando de reparos. Mas são eles que irão consumir os R$ 740 milhões que, nesta conta simplista, faltariam para fechar a conta sugerida pelo vereador Marcelo Schrubbe?
Por isso seria interessante que o Executivo municipal apresentasse, detalhadamente, os estudos em questão. Assim qualquer dúvida seria dirimida e os mecanismos de pressão sobre Brasília poderiam até surtir efeitos mais significativos. Fica aí a sugestão.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A cassação do Marçal

E foi o Tião Aragão que ontem, lá no futebol, apontou um erro cometido por mim na nota Marçal X Honra do Legislativo (leia mais abaixo). O vereador, que tentou burlar a lei de trânsito coagindo agentes do Seterb, deve ser cassado, e não caçado, como escrevi. Caçar, com cedilha, tem sentido de caça a animais, com o empunhamento, ou não, de armas. Já cassar, com dois "s", significa a retirada de um mandato eletivo.
Mas não tardou para que, enquanto o Tião me alertava da diferença, um sujeito que tomava banho no vestiário - e ouvia nossa conversa - largasse esta:
- Político tem que ser caçado com "c cedilha" mesmo.
Juro que é verdade, foi o cara mesmo que falou. Meu alter ego, infelizmente, não seria capaz de lapidar tão bela pérola. De qualquer forma, vale a correção: Marçal deve ser cassado, e não caçado.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A reação blumenauense

Confesso que de início imaginei tratar-se apenas de um delírio do Fabrício Wolff, que passava o dia inteiro na cama por causa de uma fratura na perna esquerda. Pouco antes de ele aparecer com a ideia, escrevi o artigo Deboche (19/3, veja arquivo), aqui no Blog, também acreditando que não alcançaria nenhuma projeção mais significativa. Mas, pelo jeito, tanto a proposta "maluca" do Fabrício quanto as minhas ferrolhadas no Poder Central já nasciam fadadas ao sucesso.
Nesta semana, A campanha Reage Blumenau chegou ao cume da montanha. Em Brasília, o canetaço que libera recursos para a reconstrução da cidade enfim aconteceu. Aqui, a vereadora Norma Dickmann (foto) propôs, através de um requerimento, congratulações aos blogueiros que participaram do movimento: Fabrício Wolff, Alexandre Gonçalves, Márcio Santos e o missivista que aqui a vos escreve neste momento. Há duas semanas, já havíamos recebido a visita do deputato federal José Carlos Vieira, que comprou a briga junto com a gente e organizou uma audiência pública no Congresso para tratar do assunto. Convidou-nos para levar um relato da situação aos parlamentares, mas nossas limitações físicas (a enfermidade do Wolff) e orçamentarias impediram a empreitada.
A campanha Reage Blumenau consistiu em uma cadeia de e-mails enviados por nós e por nossos leitores a deputados, senadores e demais representantes da região em Brasília. O textos, criados pelo Fabrício, eram padrão e cobravam ações urgentes para reconstruir Blumenau e o Vale.
A comemoração, porém, só faremos quando obras como a Via Expressa e a galeria fluvial do Sesi, entre outras, estiveram prontas. Até lá a cobrança continua. Afinal, sabe como são as coisas na esfera pública: entre o anúncio da obra e sua entrega, há um longo, longuíssimo caminho. Muitas vezes, inclusive, são caminhos sem fim. Espero que agora não seja este o caso.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Cutucadas


Cutucada 1
Será que a prefeitura precisava gastar tanto com propaganda neste momento? Com tanta demanda por recursos para a reconstrução da cidade, bem que o governo poderia economizar um pouco com publicidade. As inserções televisivas são intensas, mostrando aquelas que teriam sido obras do pós-novembro. Se tá faltando dinheiro para as obras mais importantes, que tal segurar um pouco a mão no bolso?

Cutucada 2
Também achei esquisito o prefeito João Paulo Kleinübing atuando como garoto propaganda do tal shopping do automóvel, construído no Trevo da Mafisa. Não que seja ilegal ou imoral, mas é esquisito. Trata-se de um investimento privado, com orçamento semelhante a muitos outros feitos na cidade recentemente. Acredito que o Giassi, por exemplo, gastou muito mais em seu supermercado, inaugurado no ano passado. Não lembro se o prefeito, naquela ocasião, também foi para frente das câmeras.

O peso do Ronaldo

Neste texto, o pessoal do G1 foi pra lá de capcioso, hein: "Apesar da enorme diferença de peso entre as competições, o craque exalta o lance que marcou o jogo do último domingo".
Na matéria, o portal mostra o atacante Ronaldo comparando os gols que marcou na final da Copa do Mundo, em 2002, com aquele, por cobertura, que fez no último domingo, pelo Corinthians, durante a final do Campeonato Paulista. Eles se referem à diferença de peso do Ronaldo ou das competições?? Ficou no mínimo engraçado, rsrsrs

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Marçal X honra do Legislativo


A Câmara de Vereadores de Blumenau não pode tolerar, de jeito algum, a conduta condenável do vereador João José Marçal (PP), que tentou colocar sua autoridade a serviço de irregularidades. Em uma gravação, cuja origem ninguém sabe ao certo, o parlamentar ameaça atacar o Seterb, em seus discursos na tribuna, caso a apreensão de um veículo de transporte escolar, em situação irregular, não seja revista por agentes de trânsito. Também diz que poderia prejudicar a autarquia na votação de um requerimento. No áudio da gravação, levada ao ar pela RIC Record no Jornal do Meio Dia desta segunda-feira, Marçal insinua ainda que, por ter participado da eleição do prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), pedindo votos para o candidato democrata, mereceria tratamento diferenciado.
Pois eu acho que Marçal, que é membro da mesa Diretora da Câmara, deve ser caçado. A imagem da Câmara ficará arranhada se esta não for a saída encontrada. Um vereador tem a obrigação de zelar pela lei, já que, por definição, é um legislador. E os legisladores, eleitos pelo povo, chegam ao Parlamento com a missão de criar leis que melhorem a vida da população. Então pergunto: como confiar em um parlamentar que reivindica o descumprimento da lei? Se ele acha que leis devem ser descumpridas, com que responsabilidade criará outras para melhorar nossa vida?!
Não tenho nada contra o vereador na esfera pessoal, pode até ser boa gente, não sei, na verdade desconheço sua conduta. Como legislador, porém, tenho ressalvas. Quando disse que morreria de fome se sua mulher não trabalhasse - reclamando do salário de vereador na legislatura passada - Marçal já passou da conta. O eleitor, no entanto, considerou que ele merecia ser reeleito. O episódio em que ele tenta burlar os limites da lei, contudo, mostra que ele não está preparado para um papel tão importante como o de um parlamentar. Quem ganha o direito de sentar-se sobre uma cadeira da Câmara de Vereadores deve ter conduta inquestionável, acima de qualquer suspeita. Marçal, pelo jeito, não se enquadra neste perfil. Quero ver se os demais parlamentares se encaixam, dando o exemplo e caçando o progressista. Se não o fizerem, eu, pelo menos, ficarei de orelha em pé. A honra do Legislativo está em jogo.

sábado, 25 de abril de 2009

Parabéns, Furb!

Fiquei danado da vida comigo mesmo neste fim de semana. Estou embirrado até agora. Convidado para o almoço de comemoração dos 45 anos da Universidade Regional de Blumenau (Furb), cheguei na portaria do Tabajara Tênis Clube, sábado, às 11h50 min. Todo arrumado, apresentei-me ao porteiro de peito estufado, feliz da vida com meu primeiro convite para um evento já como blogueiro. Sequer acreditava que fosse verdade. Lacônico, porém, o jovem senhor me abordou:
- O amigo tem certeza que é aqui?
Certeza do lugar eu tinha. Só não tinha do dia certo, constatei então, pois o almoço fora na sexta-feira. Bem feito, quem mandou deixar de lado aquela última checagem que sempre evita vacilos como este!
Mas tudo bem, importante mesmo é o aniversário da Furb. Indo ou não indo ao evento da sexta, o teor da minha análise será o mesmo: a relevância da maior instituição de ensino do Vale do Itajaí para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Além de produzir conhecimento e tecnologia, a universidade blumenauense gera riqueza, emprego e renda para os blumenauenses. Direta e indiretamente. Basta percorrer o entorno da Furb para entender o significado dela para a cidade. Ali estão os três maiores supermercados do município, uma das maiores concentrações de edifícios, o corredor de serviços dos mais frequentados (na rua Antônio da Veiga) e o mais intenso vai-e-vem de pessoas e automóveis. De acordo com o urbanista Arlon Tonolli, o bairro Victor Konder já tem índices de adensamento urbano comparáveis aos paulistas.
Por isso a Furb é sinonimo de desenvolvimento, não há dúvidas. Até mesmo porque já atrai também estudantes de outros estados brasileiros. Crânios e cérebros que aportam por aqui para miscigenar e enriquecer nossa massa intelectual e cultural. Muitos ficam por aqui, deixando nossa cidade cada vez mais cosmopolita.
Meu único receio está no processo de federalização. A proposta, a princípio, fortalece a instituição, isso é inegável. Tenho medo apenas dos reflexos da mudança para a microrregião. Tal como é hoje, a Furb tem sua vocação voltada predominantemente para o desenvolvimento regional. Seus projetos de extensão, iniciativas e parcerias, estão umbilicalmente ligados à sociedade local. O Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão (Sigad), por exemplo, fornece números e estatísticas locais indispensáveis para o planejamento das empresas e instituições que querem investir na cidade e na região. Continuaria existindo caso a Furb fosse federalizada?
Estudei na Universidade Federal de Santa Catarina por longos 6,5 anos. Vi como a maioria dos estudantes vem de fora, forma-se e volta para a terra Natal em busca de oportunidade. Gente graúda, oriunda de cursinhos matadores como Anglo, Objetivo e outros que preparam o estudante para entrar em vestibulares como o da Usp, Unicamp, Ita e outros de enorme dificuldade. Os japas paulistas, se houver a federalização, vão tirar muita vaga de manezinhos do Vale, não tenham dúvida. Esse é meu receio, que a gente daqui fique sem oportunidade.
Bom, mas como não sou especialista, seria leviano da minha parte aprofundar muito esta discussão. Quem entende do assunto é quem deve fazê-lo, com muita responsabilidade e zelo, para que não nos arrependamos no futuro.
Por ora, prefiro dizer apenas: parabéns Furb, muitos anos de vida!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A coisa tá feia

Aproveitei o feriadão e fui à Serra Catarinense, onde estão algumas das mais agradáveis paragens de Santa Catarina. Meti-me no mato sobre o qual já falei aqui - leia a nota Até quando - e dei-me quatro dias de ócio como presente. Mas um ócio produtivo, pois pude ler bastante e fazer mais algumas conjecturas que pretendo dividir aqui com vocês. Uma delas partiu de uma frase do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), publicada pela revista Veja na edicão de 17 de dezembro do ano passado. Nas páginas amarelas, o peemedebista declara o seguinte:
- Mandamos para Santa Catarina comida, colchões, barracas... reclamam dinheiro para a reconstrução do Estado, mas preciso dos documentos. Não mando verba por telefone nem faço festa da galinha gorda com dinheiro público.
Ele respondia a uma pergunta sobre o atraso na liberação dos recursos para a reconstrução do Estado, atingido em novembro pelo maior desastre ambiental da história catarinense. Disse ainda que "em momentos como esse (a tragédia), sempre aparecem oportunistas querendo se projetar em cima da desgraça alheia".
A quem ele se referia? Ao prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), que hoje tem um colega de partido de Geddel como vice? Ou ao governador Luiz Henrique da Silveira, que também divide a casa peemedebista com o ministro?
De qualquer forma, ele ofendeu a todos nós com tais afirmações. É bom lembrar ao ministro que não precisamos de esmola - comida, colchões, barracas -, pois somos um estado trabalhador e altamente produtivo. O que queremos são os recursos a que temos direito como um dos mais sólidos contribuintes da nação. Queremos de volta nossa honra, queremos reconstruir nossa vida para seguir adiante enriquecendo o país, como sempre fizemos.
E agora, porque os recursos não chegam? Documentos já foram entregues a quilo - pelo menos é o que garantem nossos representantes. Quando veremos nossa Via Expressa reconstruída? Colocam ali cada vez mais placas sinalizando as áreas atingidas - contei 26 em uma extensão de 500 metros -, o que me leva a acreditar que obra mesmo ainda deve demorar.
É, como diria o filósofo contemporâneo, a coisa tá feia! Eu, se fosse o governador Luiz Henrique, chegava na direção nacional do partido e avisava: pessoal, o Geddelzão tá minando a confiança do povo na gente, não me deixem só!! Bom, mas se nem o presidente Lula dá jeito no Geddel, que só quer fazer obra na Bahia, imagina o Michel Temmer? A coisa tá mesmo feia...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Futuro promissor

Fui bisbilhotar as obras da nova sede da Senior Sistemas no início da tarde de hoje. Cheguei por lá e fui entrando, sem nenhum incômodo, sem ser molestado por ninguém. Fiz umas fotos e saí, tudo numa boa, sem estresse, ao contrário do que costuma acontecer neste tipo de situação.
Fiquei muito bem impressionado com o que vi por lá. Trabalhadores e prestadores de serviço trabalhando a todo vapor, terraplanagem concluída, cabines logísticas de última geração, equipamentos e matéria-prima bem organizados. Os trabalhadores todos de capacete, inclusive o engenheiro.
Coisa de primeiro mundo. Como é bom ver uma iniciativa destas em plena crise. Enquanto alguns reclamam, a maior empresa de TI da cidade mantém seus planos de investimento, amplia sua estrutura, cresce na dificuldade. Justifica a fama dos blumenauenses.
A Senior deverá despejar ali, conforme previsto no projeto, R$ 10 milhões. Imagino que, quando um player desse porte decide manter planos tão ousados de investimento, é porque o cenário de médio e longo prazo se mostra promissor. Isso anima a todos. É uma vitrine de perspectivas positivas. Parabéns à Senior, que nos alivia a tensão em época de crise.

Por favor, Tia Justa

Quem disse que notícia velha não chama a atenção? Tava lendo o arquivo de um jornal da cidade e encontrei lá a informação de que a Justiça negou, dias atrás, pedido de indenização feito por clientes que mofaram na fila do banco Real, em Blumenau. Quer dizer: existe uma lei enquadrando como infração o excesso de demora para atendimento nos bancos, mas para a Tia Justa isso não é o suficiente para decidir a favor do cidadão?! Assim fica difícil, muito difícil, sinceramente, não consigo entender. Pôxa vida, pessoal, pensem um pouco em nós, que labutamos arduamente do lado de cá do balcão e só tomamos paulada. Pelo amor de Deus, parem um pouco de puxar apenas para o lado do poder. Por isso ando pensando em ir para a Dinamarca ou a Holanda, ainda quero experimentar um pouco a sensação de ser respeitado como cidadão...