segunda-feira, 13 de abril de 2009

A novela sem fim

Eu, depois da longa hora de conversa que tivemos com o deputado federal José Carlos Vieira (DEM), na quinta feira, desenvolvi mais duas linhas de pensamento sobre a demora no repasse de recursos federais para a reconstrução da cidade: para mim, a culpa pode ser do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), ou do governo de Santa Catarina, na mais lastimável de todas as hipóteses. Lula não tem nada a ver com isso, foi o que pude depreender.
- O presidente Lula até gostaria de repassar os recursos diretamente para os municípios, mas o ministro não tem o mesmo entendimento - comentou o deputado no encontro que tivemos.
É uma informação pra lá de importante, pois vem de um opositor do PT e do Governo Federal.
Há cerca de um ano, li na revista Veja que o ministro constroi um feudo político na Bahia, priorizando o Estado com as verbas de seu ministério. A meta do Geddelzão, na verdade, é substituir o falecido Antônio Carlos Magalhães no coração e no voto dos baianos. O que ele puder dificultar para os demais estados e facilitar para o seu, então, fará. Assim, com a justificativa da burocracia, seca a torneira por aqui e faz a água jorrar mais fartamente por lá.
O PMDB catarinense, por sua vez, deve disputar uma eleição acirrada com o Democratas no ano que vem - a menos que o senador Raimundo Colombo (DEM) não consiga capitalizar novamente os mais de 1 milhão de votos que recebeu em 2006, quando se elegeu para o Senado. Nesta ótica, o enfraquecimento do principal reduto democrata hoje no Estado - Blumenau - seria mais do que estratégico. E para isso, o retardamento do processo de reconstrução seria um tiro certeiro. Cá entre nós, não entendi bem até agora porque o governo do Estado fez tanta questão de centralizar a gestão dos recursos destinados à reconstrução. Logo um pepinão desses, que ninguém quer descascar. É muito estranho.
Enfim, seja de quem for a culpa, quem sofre somos nós. Passou da hora dos políticos pararem com esse tipo de comportamento, precisam aprender a se unir em momentos de dificuldade como esse.