Peraí: dar espaço e visibilidade para as justificativas do vereador João José Marçal (PP), cujo argumento agora é de "que estava defendendo o povo que representa" no episódio da Guarda de Trânsito eu acho perigoso, pra não dizer irresponsável até. Não quero bancar o Observatório da Imprensa, mas é bom ter cuidado, senão daqui a pouco a comunidade acredita mesmo nisso.
Marçal também está deitando e rolando com a liminar que "legalizou" a tal Van, mas sempre é bom lembrar que, no momento em que ele foi flagrado fazendo a defesa do veículo e seu proprietário, eles estavam irregulares.
A verdade é uma só: o vereador representa todos os blumenauenses, mas, naquele momento, reivindicou a prerrogativa de parlamentar para defender apenas um. Vamos com calma, vereador e colegas da imprensa. Menos pessoal, menos. Palanque só em época de eleição, e tribuna deve ser exclusividade do Parlamento.
domingo, 31 de maio de 2009
PP: o Coringa de 2010
Os botões de minha camisa, vizinhos eternos e inseparáveis, puseram-se a tagarelar neste fim de semana, derramando muita prosa sobre a trama que envolveu a absolvição do governador Luiz Henrique pelo TSE .
Naquela tagarelagem, um dos botões questionou: será que não estão superdimensionando o papel do vice-governador Leonel Pavan no desfecho do episódio? Tudo bem, é claro que a contratação do advogado Fernando Neves, sumidade que traz no currículo casos como o que envolveu a renúncia do ex-presidente Fernando Collor, foi decisiva e teria partido do ninho tucano. Mas o PMDB também tem cobras criadíssimas em Brasília. Gente muitíssimo capaz de encaminhar lobbies, recados e ponderações no centro nevrálgico da política nacional.
E mais: gente ligada ao governo e, portanto, ao poder, do qual hoje o PSDB, em nível nacional, surfa apenas a marola da oposição. Além do mais, nada impediria que Neves já tivesse sido contratado pelo próprio LHS, afinal já atuou no processo de outros quatro governadores. Aliás, a entrada de Pavan no processo pode bem ter sido estratégia para corrigir tal erro.
Enfim, será difícil saber ao certo de onde exatamente partiu a jogada que virou o placar e garantiu a vitória de Luiz Henrique aos 48 do segundo tempo. Mas vale lembrar que ele ganhou cinco eleições seguidas _ uma para deputado federal, duas para prefeito da maior cidade do Estado e duas para o governo de Santa Catarina - e foi Ministro da Ciência e Tecnologia no governo de José Sarney. Cacife o peemedebista tem, até mais do que Pavan.
Certo é que o resultado reforça ainda mais o latente racha que se desenha na Tríplice Aliança para o ano que vem. O tratamento que estão dando a Pavan, se fortalecê-lo, também pode defini-lo no embate. O DEM de Raimundo Colombo dificilmente abandona a disputa, enquanto o PMDB de Pinho Moreira e Dario Berger teria que entregar dedos e anéis para deixar a raia.
Num cenário em que os três lancem candidato - embora pouco provável -, o PT, acredito, fecharia com o PMDB. Até porque o comportamento das lideranças petistas em relação à absolvição do governador denuncia esta possibilidade. Todos no partido, embora oficialmente sejam oposição em nível estadual, pouparam LHS de ataques. Será que a dobradinha Berger ou Pinho & Ideli estaria pintando?
DEM e PSDB, caso Colombo ou Pavan se distanciem um do outro nas pesquisas, podem muito bem juntar forças e afastarem-se do PMDB.
Enquanto isso, o Coringa de 2010 deverá ser o Partido Progressista (PP). A sigla de Esperidião Amin, que deve concorrer ao Senado, pode fechar tanto com os petistas, com quem já caminharam juntos na eleição de 2006, quanto com tucanos e democratas, de quem são aliados históricos em Santa Catarina. E serão um Coringa disputadíssimo, já que o patrimônio eleitoral de Amin pode muito bem decidir uma eleição. As discrepâncias com o PMDB são fortes, mas, como na política o inimigo de hoje pode ser o aliado de amanhã, seria incrível imaginar PMDB, PP e PT juntos numa coligação. Lembrando que em vários municípios do estado, PMDB e PP já governam juntos. Seria uma nova Tríplice, em mais uma jogada incrível do astuto articulador que é Luiz Henrique da Silveira.
Naquela tagarelagem, um dos botões questionou: será que não estão superdimensionando o papel do vice-governador Leonel Pavan no desfecho do episódio? Tudo bem, é claro que a contratação do advogado Fernando Neves, sumidade que traz no currículo casos como o que envolveu a renúncia do ex-presidente Fernando Collor, foi decisiva e teria partido do ninho tucano. Mas o PMDB também tem cobras criadíssimas em Brasília. Gente muitíssimo capaz de encaminhar lobbies, recados e ponderações no centro nevrálgico da política nacional.
E mais: gente ligada ao governo e, portanto, ao poder, do qual hoje o PSDB, em nível nacional, surfa apenas a marola da oposição. Além do mais, nada impediria que Neves já tivesse sido contratado pelo próprio LHS, afinal já atuou no processo de outros quatro governadores. Aliás, a entrada de Pavan no processo pode bem ter sido estratégia para corrigir tal erro.
Enfim, será difícil saber ao certo de onde exatamente partiu a jogada que virou o placar e garantiu a vitória de Luiz Henrique aos 48 do segundo tempo. Mas vale lembrar que ele ganhou cinco eleições seguidas _ uma para deputado federal, duas para prefeito da maior cidade do Estado e duas para o governo de Santa Catarina - e foi Ministro da Ciência e Tecnologia no governo de José Sarney. Cacife o peemedebista tem, até mais do que Pavan.
Certo é que o resultado reforça ainda mais o latente racha que se desenha na Tríplice Aliança para o ano que vem. O tratamento que estão dando a Pavan, se fortalecê-lo, também pode defini-lo no embate. O DEM de Raimundo Colombo dificilmente abandona a disputa, enquanto o PMDB de Pinho Moreira e Dario Berger teria que entregar dedos e anéis para deixar a raia.
Num cenário em que os três lancem candidato - embora pouco provável -, o PT, acredito, fecharia com o PMDB. Até porque o comportamento das lideranças petistas em relação à absolvição do governador denuncia esta possibilidade. Todos no partido, embora oficialmente sejam oposição em nível estadual, pouparam LHS de ataques. Será que a dobradinha Berger ou Pinho & Ideli estaria pintando?
DEM e PSDB, caso Colombo ou Pavan se distanciem um do outro nas pesquisas, podem muito bem juntar forças e afastarem-se do PMDB.
Enquanto isso, o Coringa de 2010 deverá ser o Partido Progressista (PP). A sigla de Esperidião Amin, que deve concorrer ao Senado, pode fechar tanto com os petistas, com quem já caminharam juntos na eleição de 2006, quanto com tucanos e democratas, de quem são aliados históricos em Santa Catarina. E serão um Coringa disputadíssimo, já que o patrimônio eleitoral de Amin pode muito bem decidir uma eleição. As discrepâncias com o PMDB são fortes, mas, como na política o inimigo de hoje pode ser o aliado de amanhã, seria incrível imaginar PMDB, PP e PT juntos numa coligação. Lembrando que em vários municípios do estado, PMDB e PP já governam juntos. Seria uma nova Tríplice, em mais uma jogada incrível do astuto articulador que é Luiz Henrique da Silveira.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Poderia ser piada
Parece até piada, mas não é. Por decisão judicial da Comarca de Blumenau, a dita cuja VAN que fazia transporte irregular de alunos voltou a circular em território blumenauense. Formosa, garbosa e, o mais incrível: agora regular! Amparada por liminar, ganhou o direito de rodar faceira pelas ruas da cidade.
Aliás, deve estar tão faceira quanto o vereador João José Marçal. De repente ele até está dando umas voltas com ela, de preferência ao volante. Imagine a cena: o vereador Marçal dando tchauzinho da janela da Van, com a outra mão no volante, para seus eleitores.
Pois é, tem coisa que eu não entendo. Acho que vou largar o jornalismo e, se meu pai pagar mais uma faculdade pra mim, vou fazer Direito. Só pra entender as leis e a Justiça. Afinal, a sociedade perdeu e ainda perde o um tempão danado com essa história do Caso Marçal pra Tia Justa, de repente, chegar e dizer que tava tudo certo. É pra acabar! E a promotoria da Defesa da Moralidade Administrativa, não se pronuncia, não entra no caso? A OAB, de repente, não poderia encaminhar denúncia ao MP?
Aliás, deve estar tão faceira quanto o vereador João José Marçal. De repente ele até está dando umas voltas com ela, de preferência ao volante. Imagine a cena: o vereador Marçal dando tchauzinho da janela da Van, com a outra mão no volante, para seus eleitores.
Pois é, tem coisa que eu não entendo. Acho que vou largar o jornalismo e, se meu pai pagar mais uma faculdade pra mim, vou fazer Direito. Só pra entender as leis e a Justiça. Afinal, a sociedade perdeu e ainda perde o um tempão danado com essa história do Caso Marçal pra Tia Justa, de repente, chegar e dizer que tava tudo certo. É pra acabar! E a promotoria da Defesa da Moralidade Administrativa, não se pronuncia, não entra no caso? A OAB, de repente, não poderia encaminhar denúncia ao MP?
sábado, 23 de maio de 2009
Era preciso mais
Esperei a poeira baixar para voltar ao assunto. E mesmo assim vou falar pouco para não falar besteira. Afinal, agora preciso ter muito mais cuidado com o que falo.
De qualquer forma, na minha opinião, a Câmara de Vereadores deveria ter, sim, cassado o vereador João José Marçal (PP). Repito: nada tenho contra ele na esfera pessoal, até porque desconheço sua intimidade.
Mas a questão é meramente técnica, ele é um legislador e reivindicou o descumprimento da lei. Só isso, simples assim. O que mais, então, é necessário para que um parlamentar quebre o decoro? Precisa matar alguém, fazer falcatruas e chamar a imprensa para anunciá-las em coletiva? Pois não consigo me conformar, não consigo.
Resta-nos torcer, assim, para que ele, Marçal, e todos os colegas de legislatura, aprendam com o episódio e busquem aprimorar suas condutas, no sentido de ter mais respeito e zelo no trato da função pública. Que tenha boa sorte o vereador, então, se quiser ele, a partir de agora, apostar na retidão de sua postura, na adoção de princípios calcados na licitude. É o mínimo que se espera de um legislador.
Em tempo: mesmo um tanto decepcionado com nossos parlamentares - cujas virtudes ainda quero poder exaltar, aqui neste mesmo espaço -, agradeço, de forma sincera, os Votos de Congratulações que recebi da Casa no último dia 11. O ofício, gerado a partir de um requerimento da vereadora Norma Dickmann (DEM) e assinado pelo presidente da Câmara, Jens Mantau (PMDB), traz cumprimentos "pelo empenho em divulgar e cobrar ações, na campanha Reage Blumenau (...), com relação à liberação de recursos para a reconstrução de nossa cidade. Desejando pleno êxito, externo protestos de elevada estima e distinta consideração".
De qualquer forma, na minha opinião, a Câmara de Vereadores deveria ter, sim, cassado o vereador João José Marçal (PP). Repito: nada tenho contra ele na esfera pessoal, até porque desconheço sua intimidade.
Mas a questão é meramente técnica, ele é um legislador e reivindicou o descumprimento da lei. Só isso, simples assim. O que mais, então, é necessário para que um parlamentar quebre o decoro? Precisa matar alguém, fazer falcatruas e chamar a imprensa para anunciá-las em coletiva? Pois não consigo me conformar, não consigo.
Resta-nos torcer, assim, para que ele, Marçal, e todos os colegas de legislatura, aprendam com o episódio e busquem aprimorar suas condutas, no sentido de ter mais respeito e zelo no trato da função pública. Que tenha boa sorte o vereador, então, se quiser ele, a partir de agora, apostar na retidão de sua postura, na adoção de princípios calcados na licitude. É o mínimo que se espera de um legislador.
Em tempo: mesmo um tanto decepcionado com nossos parlamentares - cujas virtudes ainda quero poder exaltar, aqui neste mesmo espaço -, agradeço, de forma sincera, os Votos de Congratulações que recebi da Casa no último dia 11. O ofício, gerado a partir de um requerimento da vereadora Norma Dickmann (DEM) e assinado pelo presidente da Câmara, Jens Mantau (PMDB), traz cumprimentos "pelo empenho em divulgar e cobrar ações, na campanha Reage Blumenau (...), com relação à liberação de recursos para a reconstrução de nossa cidade. Desejando pleno êxito, externo protestos de elevada estima e distinta consideração".
quarta-feira, 20 de maio de 2009
A cartelização das subjetividades
Tenho ido com frequência para o litoral e descobri que, no lugar da BR-101, o melhor caminho para chegar a Balneário Camboriú é passar por dentro de Itajaí. Sabe por que? Porque o litro da gasolina está sendo vendido, em alguns postos, a R$ 2,29 na terra da Marejada. Pasmem: R$ 2,29. E não é só isso. Lá os postos travam verdadeira batalha de preços, chegando a diferença entre um e outro a 20 centavos por litro. Em 10 litros, são R$ 2,00. Em 100 litros, diferença de R$ 20. Em relação ao preço praticado em Blumenau, onde uma misteriosa conjunção de fatores faz os 50 postos da cidade venderem gasolina ao mesmo preço (R$ 2,59), a diferença chega a R$ 30 reais, na mesma quantidade de gasolina. Quem roda cerca de 800 quilômetros por mês - distância que a maioria dos motoristas percorre - economizará R$ 240 abastecendo em Itajaí. R$ 2.880,00 em um ano. É muita grana. O álcool, lá, pode ser encontrado a R$ 1,49.
Olhando para o cenário do município vizinho, com postos concorrendo e favorecendo, com isso, os clientes, fica difícil acreditar que não há combinação de preços em Blumenau. Como podem dezenas de estabelecimentos diferentes venderem o mesmo produto pelo mesmíssimo preço??!! O argumento, que também parece combinado, é de que todos evitam baixar para evitar uma guerra de preços e o consequente achatamento do lucro.
O engraçado é que, de acordo com este raciocínio, todos também pensam exatamente igual. Isso é que é homogeneidade de opinião, sô!! Seria quase que uma "cartelização das subjetividades".
Pois bem, fico com os empresários de Itajaí, que respeitam as leis de mercado e com isso favorecem o consumidor. Lanço aqui o movimento: Abasteça em Itajaí. Vamos todos respirar um ar litorâneo e ainda economizar uns trocados. Quem sabe isso amoleça o duro coração dos proprietários de postos blumenauenses.
Olhando para o cenário do município vizinho, com postos concorrendo e favorecendo, com isso, os clientes, fica difícil acreditar que não há combinação de preços em Blumenau. Como podem dezenas de estabelecimentos diferentes venderem o mesmo produto pelo mesmíssimo preço??!! O argumento, que também parece combinado, é de que todos evitam baixar para evitar uma guerra de preços e o consequente achatamento do lucro.
O engraçado é que, de acordo com este raciocínio, todos também pensam exatamente igual. Isso é que é homogeneidade de opinião, sô!! Seria quase que uma "cartelização das subjetividades".
Pois bem, fico com os empresários de Itajaí, que respeitam as leis de mercado e com isso favorecem o consumidor. Lanço aqui o movimento: Abasteça em Itajaí. Vamos todos respirar um ar litorâneo e ainda economizar uns trocados. Quem sabe isso amoleça o duro coração dos proprietários de postos blumenauenses.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Um novo desafio
Quando pedi demissão e deixei o Jornal de Santa Catarina, há dois meses e meio, disse a meus colegas - e a todos que me perguntaram - que estava partindo para a execução de projetos pessoais. Basicamente três coisas: um livro, um blog e um portal na internet. Dois deles decolaram e estão andando a passos largos. O Blog vem ganhando leitores e acessos, enquanto o portal, se tudo der certo, deverá estar na Web até o final de junho. Já o livro, que é minha grande obsessão, terá que esperar mais algum tempo, até que coisas mais concretas se acomodem.
Mas um novo desafio, que não estava em meus planos, surgiu para não deixar-me trabalhar menos de 15 horas por dia. Nesta quinta-feira, depois de dois anos e um mês, volto para a Folha de Blumenau, onde assumo as editorias de Política e Economia.
O trabalho em veículos de comunicação, como disse a todos quando deixei o Santa, era uma possibilidade afastada naquele momento. Dediquei-me, nestes quase três meses, apenas a meu Blog e ao portal que, em parceria com outros profissionais, estou formatando. Mas sabe como é redação para jornalista: um vício. Por isso, depois de conversar por algumas vezes com o pessoal da Mundi Editora, que me honrou com uma proposta tentadora, decidi aceitar o desafio de coordenar as duas editorias do periódico blumenauense.
Cheguei a declinar do convite num primeiro momento, mas percebi depois que não deveria desperdiçar a oportunidade. A Folha é hoje, em circulação, o segundo veículo da cidade. Em apenas três anos, ganhou espaço significativo e agora é referência na pauta e na discussão dos assuntos mais relevantes na cidade. E, neste contexto, as editorias de Política e Economia têm importância singular, principalmente por envolverem assuntos que podem definir os rumos da cidade e da região.
Volto, portanto, à peleia da notícia. Agora, além de analisar e interpretar fatos, como vinha fazendo nos últimos meses, vou narrá-los também. Um novo desafio, uma nova motivação. Coisa boa isso. Espero agradar a todos.
Mas um novo desafio, que não estava em meus planos, surgiu para não deixar-me trabalhar menos de 15 horas por dia. Nesta quinta-feira, depois de dois anos e um mês, volto para a Folha de Blumenau, onde assumo as editorias de Política e Economia.
O trabalho em veículos de comunicação, como disse a todos quando deixei o Santa, era uma possibilidade afastada naquele momento. Dediquei-me, nestes quase três meses, apenas a meu Blog e ao portal que, em parceria com outros profissionais, estou formatando. Mas sabe como é redação para jornalista: um vício. Por isso, depois de conversar por algumas vezes com o pessoal da Mundi Editora, que me honrou com uma proposta tentadora, decidi aceitar o desafio de coordenar as duas editorias do periódico blumenauense.
Cheguei a declinar do convite num primeiro momento, mas percebi depois que não deveria desperdiçar a oportunidade. A Folha é hoje, em circulação, o segundo veículo da cidade. Em apenas três anos, ganhou espaço significativo e agora é referência na pauta e na discussão dos assuntos mais relevantes na cidade. E, neste contexto, as editorias de Política e Economia têm importância singular, principalmente por envolverem assuntos que podem definir os rumos da cidade e da região.
Volto, portanto, à peleia da notícia. Agora, além de analisar e interpretar fatos, como vinha fazendo nos últimos meses, vou narrá-los também. Um novo desafio, uma nova motivação. Coisa boa isso. Espero agradar a todos.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Discussão inócua
Tem-se batido muito nessa tecla do projeto de lei que obriga os bancos a disponibilizarem vigias nos caixas eletrônicos. Eu, no entanto, acredito que tanto a discussão quanto a proposta, apresentada pelo vereador Napoleão Bernardes, são inócuas. A iniciativa pode até ser bem intencionada, como o é o vereador, mas o problema é que uma lei como essa, além de ter dificuldade para colar - veja a das filas nos bancos, não deu em nada - também ataca um problema muito localizado, exacerbadamente pontual. Quantos casos de assalto em caixas eletrônicos temos em Blumenau por mês? Basta pedir as estatísticas às policias, mas aposto que são muito poucos, talvez sequer existam.
Agora confira o número de assaltos, à mão-armada, que há, quase todos os dias, a farmácias, padarias, lotéricas, postos de combustível? São dezenas, talvez centenas. Bancos são lugares seguros: ficam próximos a grande concentrações de gente - raramente estão vazios - e só funcionam até 10h. Além do mais, nenhum bandido quer perder tempo e correr risco abordando um sujeito com R$ 20 no bolso.
O problema da cidade é o efetivo insuficiente da Polícia Militar nas ruas. Se houver policiais fazendo ronda ostensiva nas ruas, os marginais ficarão acoados. Perderão a coragem, serão entocados como ratos. Aí param de assaltar farmácias, padarias, postos e lotéricas. E não imagino que começarão a assaltar caixas eletrônicos em busca de um novo nicho, certo? Se já não o fazem hoje, não imagino que o farão depois de resolvermos o problema da segurança pública.
Um amigo do peito meu, o Gil Riella, funcionário do Banco Central, voltou de Nova York no início deste ano. Morou quatro anos lá, onde fez doutorado. Quando veio a Blumenau para uma visita, há dois meses, contou-me que, de tudo o que viu na Grande Maçã, o que mais a ele impressionou foi a segurança da cidade. Diz o Gil que lá você anda a qualquer horário, em qualquer rua, sem nenhum medo de assalto. E olha que no início da década de 70, NY tinha a fama de cidade mais violenta do mundo. Sabem qual o segredo: ronda ostensiva.
Os policiais, de acordo com Gil, andam à paisana entre os pedestres nas ruas; viaturas circulam com frequencia, afugentando criminosos. Uma simples "mijada" na rua rende detenção e multa de US$ 150, paga na hora.
É por isso que eu acho que perderemos tempo discutindo o projeto do vereador Bernardes, por mais bem intencionado que seja. Precisamos encontrar, sim, uma saída para o problema da falta de efetivo policial, é aí que os poderes Legislativo e Executivo, assim como o próprio Judiciário, podem e devem focar energia. Concordo com o veto do prefeito, acho que se promulgarem a lei perderemos mais tempo ainda com processos na Justiça, manifestações, debates. E perderemos tempo à toa, deixando os bandidos livres na rua para continuar assaltando, daqui a pouco até caixas eletrônicos.
Agora confira o número de assaltos, à mão-armada, que há, quase todos os dias, a farmácias, padarias, lotéricas, postos de combustível? São dezenas, talvez centenas. Bancos são lugares seguros: ficam próximos a grande concentrações de gente - raramente estão vazios - e só funcionam até 10h. Além do mais, nenhum bandido quer perder tempo e correr risco abordando um sujeito com R$ 20 no bolso.
O problema da cidade é o efetivo insuficiente da Polícia Militar nas ruas. Se houver policiais fazendo ronda ostensiva nas ruas, os marginais ficarão acoados. Perderão a coragem, serão entocados como ratos. Aí param de assaltar farmácias, padarias, postos e lotéricas. E não imagino que começarão a assaltar caixas eletrônicos em busca de um novo nicho, certo? Se já não o fazem hoje, não imagino que o farão depois de resolvermos o problema da segurança pública.
Um amigo do peito meu, o Gil Riella, funcionário do Banco Central, voltou de Nova York no início deste ano. Morou quatro anos lá, onde fez doutorado. Quando veio a Blumenau para uma visita, há dois meses, contou-me que, de tudo o que viu na Grande Maçã, o que mais a ele impressionou foi a segurança da cidade. Diz o Gil que lá você anda a qualquer horário, em qualquer rua, sem nenhum medo de assalto. E olha que no início da década de 70, NY tinha a fama de cidade mais violenta do mundo. Sabem qual o segredo: ronda ostensiva.
Os policiais, de acordo com Gil, andam à paisana entre os pedestres nas ruas; viaturas circulam com frequencia, afugentando criminosos. Uma simples "mijada" na rua rende detenção e multa de US$ 150, paga na hora.
É por isso que eu acho que perderemos tempo discutindo o projeto do vereador Bernardes, por mais bem intencionado que seja. Precisamos encontrar, sim, uma saída para o problema da falta de efetivo policial, é aí que os poderes Legislativo e Executivo, assim como o próprio Judiciário, podem e devem focar energia. Concordo com o veto do prefeito, acho que se promulgarem a lei perderemos mais tempo ainda com processos na Justiça, manifestações, debates. E perderemos tempo à toa, deixando os bandidos livres na rua para continuar assaltando, daqui a pouco até caixas eletrônicos.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Cumprimentos e hostiliades
Hoje fui à Câmara de Vereadores de Blumenau dar uma passeada. Queria sentir o clima por lá, depois das duras críticas que fiz ao comportamento do Legislativo em relação ao caso do vereador João José Marçal. Fiquei cerca de meia hora por lá, e, entre os parlamentares, encontrei apenas o presidente da Casa, Jens Juergen Mantau. Polido, aproximou-se, chamou-me pelo nome e cordialmente cumprimentou-me. Fiquei surpreso, pois esperava maior hostilidade, afinal é ele quem mais sente as dores do Parlamento e, portanto, os meus ataques. Agradeço até, vereador, confesso que sua atitude alivou-me um pouco a tensão.
As hostilidades, com isso, acabaram ficando por conta do Airton Maçaneiro, figura dos primeiros escalões do PMDB blumenauense. Estendi a mão para cumprimenta-lo mas ele, acintosamente, negou-me o cumprimento. Considerei a atitude um pouco descabida, visto que jamais o critiquei e até mantinha contatos amistosos com ele. Mas compreendo, talvez tenha tomado as dores das críticas que fiz ao Governo do Estado no moroso processo de repasse de recursos para a reconstrução da cidade. Só pode ser isso, não vejo outro motivo para a atitude.
Eu e Maçaneiro trabalhamos juntos, em 2006, no comitê de campanha do governador Luiz Henrique da Silveira em Blumenau. Ele coordenava a estrutura e eu a produção dos jornais de campanha que eram feitos lá. Trabalhava como jornalista. Recebia por isso e dava o melhor de mim para que o trabalho tivesse a melhor qualidade possível. Muitas vez contrariei até pedidos internos, com a certeza de que não seriam o melhor para nosso produto. Mas, asseguro, vesti a camise e trabalhei para eleger o governador, não vejo constrangimento em assumir isso.
Mas isto não me impede de fazer críticas, mesmo aquelas em que eu talvez acabe sendo injusto. mesmo porque não tenho filiação partidária alguma. Falo e escrevo sempre com isenção e imparcialidade, e meu único objetivo é fazer análises e dar opiniões que possam contribuir para o bem da cidade. É só o que desejo: o melhor para Blumenau. Vale lembrar, aliás, que aqui mesmo já rasguei elogios ao também peemedebista Rufinus Seibt, vice-prefeito da cidade, que, para mim, é figura chave no desentrave de recursos federais para a região (leia a nota Rufinus Seibt, no arquivo de março do Blog)
Por isso, Airton, acho que precisamos bater um papo. O diálogo é e continuará sendo sempre a melhor saída para todo e qualquer problema. Se concordares comigo, é só ligar, acho que tens meu telefone.
As hostilidades, com isso, acabaram ficando por conta do Airton Maçaneiro, figura dos primeiros escalões do PMDB blumenauense. Estendi a mão para cumprimenta-lo mas ele, acintosamente, negou-me o cumprimento. Considerei a atitude um pouco descabida, visto que jamais o critiquei e até mantinha contatos amistosos com ele. Mas compreendo, talvez tenha tomado as dores das críticas que fiz ao Governo do Estado no moroso processo de repasse de recursos para a reconstrução da cidade. Só pode ser isso, não vejo outro motivo para a atitude.
Eu e Maçaneiro trabalhamos juntos, em 2006, no comitê de campanha do governador Luiz Henrique da Silveira em Blumenau. Ele coordenava a estrutura e eu a produção dos jornais de campanha que eram feitos lá. Trabalhava como jornalista. Recebia por isso e dava o melhor de mim para que o trabalho tivesse a melhor qualidade possível. Muitas vez contrariei até pedidos internos, com a certeza de que não seriam o melhor para nosso produto. Mas, asseguro, vesti a camise e trabalhei para eleger o governador, não vejo constrangimento em assumir isso.
Mas isto não me impede de fazer críticas, mesmo aquelas em que eu talvez acabe sendo injusto. mesmo porque não tenho filiação partidária alguma. Falo e escrevo sempre com isenção e imparcialidade, e meu único objetivo é fazer análises e dar opiniões que possam contribuir para o bem da cidade. É só o que desejo: o melhor para Blumenau. Vale lembrar, aliás, que aqui mesmo já rasguei elogios ao também peemedebista Rufinus Seibt, vice-prefeito da cidade, que, para mim, é figura chave no desentrave de recursos federais para a região (leia a nota Rufinus Seibt, no arquivo de março do Blog)
Por isso, Airton, acho que precisamos bater um papo. O diálogo é e continuará sendo sempre a melhor saída para todo e qualquer problema. Se concordares comigo, é só ligar, acho que tens meu telefone.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Cuidado com a Net
O monopólio é mesmo um sério dano às economias de mercado. A Net, por exemplo, agora inventou de negar serviços aos clientes, inclusive aqueles previstos em contrato. Hoje, quando liguei para pedir a instalação de pontos adicionais de internet e TV a cabo em minha casa, fui informado que minha solicitação simplesmente não poderia ser atendida por que a empresa aguarda o desfecho do imbróglio judicial que determina a instalação gratuita de pontos adicionais. E olha que estou disposto a pagar o valor que sempre cobraram, não quero nada de graça, só quero um serviço que eles me disponibilizaram por contrato. E agora?! Preciso ir à Justiça, gastando tempo, dinheiro e paciência, para pedir o serviço ou os órgãos competentes, criados para assistir ao consumidor, podem fazer alguma coisa? Vou procurar o Procon pra saber e depois conto...
É nessa hora que dói não poder fazer nada. Se tivesse outra empresa prestando o serviço na cidade, correria para os braços dela agora. Mas não, fui feito refém pelo grupo controlado pela Globo e pelo mexicano Carlos Slim, dono da terceira maior fortuna do mundo. Estou no cativeiro, acoado, sem nenhuma porta ou janela para tentar fugir. Socorro!!!!
É nessa hora que dói não poder fazer nada. Se tivesse outra empresa prestando o serviço na cidade, correria para os braços dela agora. Mas não, fui feito refém pelo grupo controlado pela Globo e pelo mexicano Carlos Slim, dono da terceira maior fortuna do mundo. Estou no cativeiro, acoado, sem nenhuma porta ou janela para tentar fugir. Socorro!!!!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Verdades sobre a Cristais Hering
Recebi um e-mail do administrador da Cristais Hering, Alvino Cavaco, que fez considerações sobre o teor dos comentários que fiz aqui e as notícias que têm sido veiculadas pela imprensa local sobre a situação pré-falimentar da empresa. Mediante sua autorização, publico-o abaixo, considerando que traz argumentos claros e informações importantes:
"Não vi a citada matéria no jornal conforme teu blog: " Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União ...". Porém deixemos bem claro que jamais citei, em qualquer hipótese, que a Justiça é culpada do fato Cristais Hering. São conclusões arbitrárias de entrevistadores. Acho, sim, que após tantos desmandos nesta empresa, a Justiça foi extremamente benevolente. Estou a poucos meses na gestão desta empresa, e o que objetivei realmente foi a reestruturação para deste ponto em diante, se passar a cumprir com os encargos sociais e tributários, garantindo uma certa sobrevida à mesma e aos empregados.
O que afirmei, é verdade, que jamais alguém investiria diante das duas últimas sentenças judiciais, pois eu e os investidores desconhecíamos ainda a magnitude plena do problema.
E como citaste, não estamos falando em R$ 500.000, como também informaram.
Os fatos reais que a levaram à paralisação, em breve serão de conhecimento social"
Quem ler, mais abaixo e no arquivo do Blog, as notas que escrevi sobre o assunto, entenderá do que Cavaco está falando. O trecho a que ele se refere, no texto escrito por mim, foi baseado em uma notícia que li no Santa, da qual transcrevo parte:
- Entretanto, argumentou ontem o empresário (Alvino Cavaco), só haverá investimento na Cristais “Quando a Justiça não for contra o empreendimento”.
Ele alega não que fez esta colocação ao jornal e diz que a Justiça, na verdade, tem sido benevolente com a empresa. Discutir o teor de publicações que envolvem subjetividades interpretativas e divergências de enfoque, porém, será sempre complicado, e é injusto apontar culpados quando se trata de discrepâncias de opinião e ponto-de-vista.
Penso que o mais importante na argumentação do administrador da Cristais Hering é o conteúdo elucidativo da mensagem. Quando ele reconhece que o intuito das negociações é dar "certa sobrevida" à empresa, admite que a situação é muitíssimo grave. Também desabafa, falando em "desmandos nesta empresa", constatação evidente perante o quadro a que chegou esta que já foi um ícone da pujança blumenauense. O administrador admite ainda que desconhecia toda a amplitude do problema, e que informará a sociedade, em breve, sobre a real situação da tradicionalíssima fábrica de Blumenau.
Cavaco, na verdade, aceitou uma missão pra lá de espinhosa e agora, se alguém merece algum crédito nessa história, é ele. A salvação da empresa, imagino, já não é possível. Mas da marca sim. Quem sabe se, executando a empresa e vendendo o selo Cristais Hering, algum investidor não possa de fato interessar-se.
Foi o que aconteceu com outro ícone da saga empreendedora da família de migrantes alemães. Comprada por uma família de italianos, os Bertolazi, a marca Gaitas Hering é produzida até hoje em Blumenau, com clientes espalhados pelos cinco continentes do mundo. Lá ainda trabalham - ou trabalhavam, até bem pouco tempo - afinadores que entraram para a empresa quando o proprietário ainda era o legendário Alfredo Hering. A antiga fábrica, porém, sucumbiu e deu lugar a uma praça, na região Norte da cidade.
Eu, particularmente, torço para que a Cristais Hering seja salva. Ela é uma das marcas mais conhecidas da cidade, devemos muito a ela e a família que fundou o Império dos Dois Peixinhos. Apenas penso que, dentro da atual composição jurídica da empresa, isso seja impossível, tamanha a complexidade das dívidas.
"Não vi a citada matéria no jornal conforme teu blog: " Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União ...". Porém deixemos bem claro que jamais citei, em qualquer hipótese, que a Justiça é culpada do fato Cristais Hering. São conclusões arbitrárias de entrevistadores. Acho, sim, que após tantos desmandos nesta empresa, a Justiça foi extremamente benevolente. Estou a poucos meses na gestão desta empresa, e o que objetivei realmente foi a reestruturação para deste ponto em diante, se passar a cumprir com os encargos sociais e tributários, garantindo uma certa sobrevida à mesma e aos empregados.
O que afirmei, é verdade, que jamais alguém investiria diante das duas últimas sentenças judiciais, pois eu e os investidores desconhecíamos ainda a magnitude plena do problema.
E como citaste, não estamos falando em R$ 500.000, como também informaram.
Os fatos reais que a levaram à paralisação, em breve serão de conhecimento social"
Quem ler, mais abaixo e no arquivo do Blog, as notas que escrevi sobre o assunto, entenderá do que Cavaco está falando. O trecho a que ele se refere, no texto escrito por mim, foi baseado em uma notícia que li no Santa, da qual transcrevo parte:
- Entretanto, argumentou ontem o empresário (Alvino Cavaco), só haverá investimento na Cristais “Quando a Justiça não for contra o empreendimento”.
Ele alega não que fez esta colocação ao jornal e diz que a Justiça, na verdade, tem sido benevolente com a empresa. Discutir o teor de publicações que envolvem subjetividades interpretativas e divergências de enfoque, porém, será sempre complicado, e é injusto apontar culpados quando se trata de discrepâncias de opinião e ponto-de-vista.
Penso que o mais importante na argumentação do administrador da Cristais Hering é o conteúdo elucidativo da mensagem. Quando ele reconhece que o intuito das negociações é dar "certa sobrevida" à empresa, admite que a situação é muitíssimo grave. Também desabafa, falando em "desmandos nesta empresa", constatação evidente perante o quadro a que chegou esta que já foi um ícone da pujança blumenauense. O administrador admite ainda que desconhecia toda a amplitude do problema, e que informará a sociedade, em breve, sobre a real situação da tradicionalíssima fábrica de Blumenau.
Cavaco, na verdade, aceitou uma missão pra lá de espinhosa e agora, se alguém merece algum crédito nessa história, é ele. A salvação da empresa, imagino, já não é possível. Mas da marca sim. Quem sabe se, executando a empresa e vendendo o selo Cristais Hering, algum investidor não possa de fato interessar-se.
Foi o que aconteceu com outro ícone da saga empreendedora da família de migrantes alemães. Comprada por uma família de italianos, os Bertolazi, a marca Gaitas Hering é produzida até hoje em Blumenau, com clientes espalhados pelos cinco continentes do mundo. Lá ainda trabalham - ou trabalhavam, até bem pouco tempo - afinadores que entraram para a empresa quando o proprietário ainda era o legendário Alfredo Hering. A antiga fábrica, porém, sucumbiu e deu lugar a uma praça, na região Norte da cidade.
Eu, particularmente, torço para que a Cristais Hering seja salva. Ela é uma das marcas mais conhecidas da cidade, devemos muito a ela e a família que fundou o Império dos Dois Peixinhos. Apenas penso que, dentro da atual composição jurídica da empresa, isso seja impossível, tamanha a complexidade das dívidas.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
É preciso investigar
Hoje parei para ler a Folha de Blumenau com mais atenção e li então a matéria sobre o contrato de uma empresa de transportes com a prefeitura de Blumenau. O vereador petista Vanderlei de Oliveira, de acordo com a reportagem, apresenta documentos segundo os quais um repasse de R$ 195 mil, em fevereiro, teria sido feito, pela administração municipal, à tal empresa. O objetivo seria o transporte de donativos para as vítimas da tragédia de novembro, e o dinheiro da contratação teria saído da conta aberta pela prefeitura para arrecadar doações.
Um caminhão novo, trabalhando com cargas líquidas e inflamáveis, como álcool e derivados de petróleo, considerados o filet mignon do transporte, consegue faturar cerca de R$ 3 por quilômetro rodado. Faturamentos muito superiores a isso são difíceis de serem alcançados no mercado de transportes hoje, considerando o ambiente de elevada concorrência do setor.
Nesta conta, a empresa contratada pela prefeitura teria que rodar mais de 60 mil quilômetros em um mês para justificar o valor do negócio. É muita quilometragem, cerca de cinco vezes o que roda um caminhão-tanque percorrendo diversos estados do país.
Por isso é importante saber, para medir a existência ou não de irregularidades, como alega o vereador, quantos caminhões a tal empresa subcontratou e quais as distâncias e itinerários percorridos. Este é o caminho para se checar a licitude do contrato, iniciativa esta que merece atenção dos órgão competentes do Executivo e do Judiciário.
Um caminhão novo, trabalhando com cargas líquidas e inflamáveis, como álcool e derivados de petróleo, considerados o filet mignon do transporte, consegue faturar cerca de R$ 3 por quilômetro rodado. Faturamentos muito superiores a isso são difíceis de serem alcançados no mercado de transportes hoje, considerando o ambiente de elevada concorrência do setor.
Nesta conta, a empresa contratada pela prefeitura teria que rodar mais de 60 mil quilômetros em um mês para justificar o valor do negócio. É muita quilometragem, cerca de cinco vezes o que roda um caminhão-tanque percorrendo diversos estados do país.
Por isso é importante saber, para medir a existência ou não de irregularidades, como alega o vereador, quantos caminhões a tal empresa subcontratou e quais as distâncias e itinerários percorridos. Este é o caminho para se checar a licitude do contrato, iniciativa esta que merece atenção dos órgão competentes do Executivo e do Judiciário.
Parece brincadeira, mas não é
É assim que nossos magistrados classificam o sofrimento imposto aos clientes pelas agências bancárias de Blumenau: “mero aborrecimento que não causa dano moral”. É o que informa o Santa em reportagem publicada hoje. Assim fica difícil, chego a desanimar.
Não sou jurista, portanto preciso ter cautela ao falar disso. Mas pergunto: será que algum dos juízes da Segunda Turma de Recursos de Blumenau, que indeferiu diversos pedidos de indenização feitos por clientes a instituições bancárias, já esperou duas horas para ser atendido numa fila de algum banco? Será, hein? Dificilmente, pois, para este tipo de cliente, os gerentes se desdobram e resolvem tudo por telefone.
Pois eu já passei por esta humilhação. E é assim que você se sente: humilhado. Sua autoestima cai, e um sentimento aterrador, de impotência e revolta, toma conta de sua mente e seu corpo. Basta ver o semblante das pessoas que estão ali. Chego a ter taquicardia. Sem falar que, não raro, compromissos são perdidos, às vezes oportunidades também. Fico pensando, revoltado: vai ano e vem ano e o número de caixas atendendo é o mesmo! Pior: muitas vezes diminui, sob a alegação de que a automatização dos serviços traz mais rapidez e conforto aos usuários. Ao mesmo tempo, o lucro dos bancos é cada vez maior, conforme os balanços anuais divulgados pelo mercado financeiro. E são sempre inversamente proporcional à satisfação dos clientes, que pagam cada vez mais taxas e esperam cada vez mais tempo nas filas.
Por isso que um banco é mesmo um ótimo negócio: você cobra caro pelo produto, oferece pouca qualidade no serviço, emprega pouquíssima gente mas ouve o tilintar do caixa soando sem parar. Eu sempre quis ter um negócio assim, como diria o Zeca Pimenteira.
E, depois de tudo, quando o cliente busca algum direito na Justiça, nem a lei é suficiente para aliviar-lhe a dor, pois, para os juízes, o calvário das agências é “mero aborrecimento que não causa dano moral”. Parece até brincadeira, mas infelizmente não é.
Não sou jurista, portanto preciso ter cautela ao falar disso. Mas pergunto: será que algum dos juízes da Segunda Turma de Recursos de Blumenau, que indeferiu diversos pedidos de indenização feitos por clientes a instituições bancárias, já esperou duas horas para ser atendido numa fila de algum banco? Será, hein? Dificilmente, pois, para este tipo de cliente, os gerentes se desdobram e resolvem tudo por telefone.
Pois eu já passei por esta humilhação. E é assim que você se sente: humilhado. Sua autoestima cai, e um sentimento aterrador, de impotência e revolta, toma conta de sua mente e seu corpo. Basta ver o semblante das pessoas que estão ali. Chego a ter taquicardia. Sem falar que, não raro, compromissos são perdidos, às vezes oportunidades também. Fico pensando, revoltado: vai ano e vem ano e o número de caixas atendendo é o mesmo! Pior: muitas vezes diminui, sob a alegação de que a automatização dos serviços traz mais rapidez e conforto aos usuários. Ao mesmo tempo, o lucro dos bancos é cada vez maior, conforme os balanços anuais divulgados pelo mercado financeiro. E são sempre inversamente proporcional à satisfação dos clientes, que pagam cada vez mais taxas e esperam cada vez mais tempo nas filas.
Por isso que um banco é mesmo um ótimo negócio: você cobra caro pelo produto, oferece pouca qualidade no serviço, emprega pouquíssima gente mas ouve o tilintar do caixa soando sem parar. Eu sempre quis ter um negócio assim, como diria o Zeca Pimenteira.
E, depois de tudo, quando o cliente busca algum direito na Justiça, nem a lei é suficiente para aliviar-lhe a dor, pois, para os juízes, o calvário das agências é “mero aborrecimento que não causa dano moral”. Parece até brincadeira, mas infelizmente não é.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Silêncio rompido
Nota 10 pro Santa hoje, que foi atrás dessa história do Marçal. Escrevi sobre isso ontem, lembrando a importância do envolvimento dos grandes veículos na cobertura do caso. Eles estavam em um silêncio emblemático, finalmente rompido hoje pelo JSC. Se a imprensa não acompanhar o assunto, a coisa esfria e dá bem no que eles, os políticos, querem: abafar o caso e evitar desgastes. Pelo menos os da situação, é claro. A oposição, óbvio, fará barulho se lhe derem voz.
O grito, no entanto, deveria ser de todo o Legislativo. Também já escrevi isso aqui: é a honra da Câmara de Vereadores que está em jogo! A mesa diretora, os líderes de bancada, presidentes de comissão, enfim, o cerne político do parlamento municipal deveria assumir um posicionamento claro e objetivo, no sentido de rechaçar a conduta do vereador João José Marçal (PP), que tentou convencer guardas de trânsito a fazer vista grossa perante irregularidades constatadas em um micro-ônibus de transporte escolar. Se fizessem isso, ganhariam muitos votos de confiança da sociedade. Caso contrário, assumirão a pecha de coniventes com a irregularidade.
E digo mais: se o próprio Marçal já tivesse reconhecido o erro e pedido desculpas publicamente, todos já teriam esquecido o caso. Mas não, insiste naquele que é seu discurso mais manjado:
- O PT quer me derrubar.
Quem pode derrubá-lo é ele próprio, com a besteira que fez. E pior: na entrevista que deu ao Santa hoje, ele alega ter documentos que comprovariam irregularidades supostamente cometidas por agentes da Guarda de Trânsito. Isso é grave, ele precisa, então, entregar tais documentos, pois é uma autoridade e como tal não pode sonegar informações de interesse público. Seria mais um motivo para quebra do decoro parlamentar, ou estou enganado?
Também achei que o vereador Marco Antônio Wanrowsky (PSDB) poderia ser mais corajoso em suas afirmações. "Pelo que se tem dito, ele (Marçal) teve uma conduta de abuso de poder", declarou o tucano. Como assim "pelo que se tem dito", vereador? É pelo que se viu e ouviu, está gravado, a prova é farta!
Até o momento, a postura que mais me agradou foi a do vereador Napoleão Bernardes (PSDB), que, embora nas entrelinhas, condenou a atitude do colega progressista. Podia ser uma postura mais explícita e clara, mas aí tem que dar o desconto das subjetividades.
Quanto à origem da mal fadada gravação, é difícil saber ao certo. Mas me parece plausível pressupor que duas possibilidades são as mais possíveis: ou partiu do PMDB, que não se bica com o PP, ou realmente verteu no PT, que, diz uma fonte, teria a simpatia dos agentes de trânsito que abordaram Marçal.
Eu discordo de que o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) não tenha nenhum interesse nisso. Ele tem sim, ou, pelo menos, precisa ter, já que o episódio é evidência clara de que as discrepâncias dentro da base existem e são fortes. Afinal, nada disso teria acontecido se houvesse mais harmonia em sua equipe. Bastaria a ordem de um comandante mais graduado para que a operação de gravação e vazamento fosse abortada. Custo a creditar que guardas de trânsito a serviço do PT fossem capazes de sobrepujar todo o comando para forjar a emboscada. Parece-me mais factível, e isso é só uma opinião, que a decisão de levar a cabo a empreitada teria partido de extratos mais elevados do poder Executivo.
O fato indiscutível é que, ao ponto em que as coisas chegaram, só resta cassar Marçal para que a alma de todos possa ser lavada. E olha que esta estratégia é velha conhecida dos marketeiros: em caso de escândalos indiscutíveis, reconheça o erro, peça desculpas e anuncie mudanças para corrigi-lo. O assunto sai da mídia, as pessoas aplaudem sua postura humilde e tudo logo volta ao normal. A mídia pula para a próxima polêmica e você segue sua vida.
Mas não, é aquela velha mania que temos, principalmente quando somos criança, de esconder as falhas mais graves de nossos pais. Quando na verdade deveríamos dividir com eles nossos desvios, para que nos ajudassem a retificar nossa conduta.
O grito, no entanto, deveria ser de todo o Legislativo. Também já escrevi isso aqui: é a honra da Câmara de Vereadores que está em jogo! A mesa diretora, os líderes de bancada, presidentes de comissão, enfim, o cerne político do parlamento municipal deveria assumir um posicionamento claro e objetivo, no sentido de rechaçar a conduta do vereador João José Marçal (PP), que tentou convencer guardas de trânsito a fazer vista grossa perante irregularidades constatadas em um micro-ônibus de transporte escolar. Se fizessem isso, ganhariam muitos votos de confiança da sociedade. Caso contrário, assumirão a pecha de coniventes com a irregularidade.
E digo mais: se o próprio Marçal já tivesse reconhecido o erro e pedido desculpas publicamente, todos já teriam esquecido o caso. Mas não, insiste naquele que é seu discurso mais manjado:
- O PT quer me derrubar.
Quem pode derrubá-lo é ele próprio, com a besteira que fez. E pior: na entrevista que deu ao Santa hoje, ele alega ter documentos que comprovariam irregularidades supostamente cometidas por agentes da Guarda de Trânsito. Isso é grave, ele precisa, então, entregar tais documentos, pois é uma autoridade e como tal não pode sonegar informações de interesse público. Seria mais um motivo para quebra do decoro parlamentar, ou estou enganado?
Também achei que o vereador Marco Antônio Wanrowsky (PSDB) poderia ser mais corajoso em suas afirmações. "Pelo que se tem dito, ele (Marçal) teve uma conduta de abuso de poder", declarou o tucano. Como assim "pelo que se tem dito", vereador? É pelo que se viu e ouviu, está gravado, a prova é farta!
Até o momento, a postura que mais me agradou foi a do vereador Napoleão Bernardes (PSDB), que, embora nas entrelinhas, condenou a atitude do colega progressista. Podia ser uma postura mais explícita e clara, mas aí tem que dar o desconto das subjetividades.
Quanto à origem da mal fadada gravação, é difícil saber ao certo. Mas me parece plausível pressupor que duas possibilidades são as mais possíveis: ou partiu do PMDB, que não se bica com o PP, ou realmente verteu no PT, que, diz uma fonte, teria a simpatia dos agentes de trânsito que abordaram Marçal.
Eu discordo de que o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) não tenha nenhum interesse nisso. Ele tem sim, ou, pelo menos, precisa ter, já que o episódio é evidência clara de que as discrepâncias dentro da base existem e são fortes. Afinal, nada disso teria acontecido se houvesse mais harmonia em sua equipe. Bastaria a ordem de um comandante mais graduado para que a operação de gravação e vazamento fosse abortada. Custo a creditar que guardas de trânsito a serviço do PT fossem capazes de sobrepujar todo o comando para forjar a emboscada. Parece-me mais factível, e isso é só uma opinião, que a decisão de levar a cabo a empreitada teria partido de extratos mais elevados do poder Executivo.
O fato indiscutível é que, ao ponto em que as coisas chegaram, só resta cassar Marçal para que a alma de todos possa ser lavada. E olha que esta estratégia é velha conhecida dos marketeiros: em caso de escândalos indiscutíveis, reconheça o erro, peça desculpas e anuncie mudanças para corrigi-lo. O assunto sai da mídia, as pessoas aplaudem sua postura humilde e tudo logo volta ao normal. A mídia pula para a próxima polêmica e você segue sua vida.
Mas não, é aquela velha mania que temos, principalmente quando somos criança, de esconder as falhas mais graves de nossos pais. Quando na verdade deveríamos dividir com eles nossos desvios, para que nos ajudassem a retificar nossa conduta.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
A cova da Cristais Hering
Pelo jeito acertei a previsão de que a Cristais Hering não voltaria a produzir. No início de março, quando os jornais informavam que a empresa fechava as portas para se reestruturar, alertei: ela poderia estar, na verdade, encerrando sua história.
Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União. O administrador da Cristais, em matéria publicada ontem pelo Santa, argumenta que investidores estariam dispostos a colocar dinheiro ali desde que o magistrado reavalie seu posicionamento. O valor, de acordo com reportagem anterior, também do JSC, seria de R$ 500 mil.
Sinceramente, acho isso uma balela. Primeiro porque investir na Cristais Hering, apesar de toda a história deste ícone do empreendedorismo blumenauense, é, no momento, botar dinheiro fora. Segundo porque R$ 500 mil em uma dívida de R$ 300 milhões é a mesma coisa que nada. E em terceiro porque a culpa pela situação vivida pela empresa é de seus administradores, e não do juiz. Foram eles que fizeram sei lá o quê com o dinheiro que passou pelo caixa da fábrica durante anos e anos.
Se for assim, fica fácil, até eu abro uma empresa: dou calote em todo mundo, fico com o dinheiro pra mim e depois ainda culpo a Justiça quando esta me cobrar a dívida. Com um pouco de sorte, a opinião pública fica do meu lado e continuo a festa. Que tal?? Desculpem-me, mas quem cavou a cova da Cristais Hering foi ela própria.
Agora querem botar a culpa no juiz que decretou o confisco de bens da empresa para o pagamento de dívidas acumuladas junto à União. O administrador da Cristais, em matéria publicada ontem pelo Santa, argumenta que investidores estariam dispostos a colocar dinheiro ali desde que o magistrado reavalie seu posicionamento. O valor, de acordo com reportagem anterior, também do JSC, seria de R$ 500 mil.
Sinceramente, acho isso uma balela. Primeiro porque investir na Cristais Hering, apesar de toda a história deste ícone do empreendedorismo blumenauense, é, no momento, botar dinheiro fora. Segundo porque R$ 500 mil em uma dívida de R$ 300 milhões é a mesma coisa que nada. E em terceiro porque a culpa pela situação vivida pela empresa é de seus administradores, e não do juiz. Foram eles que fizeram sei lá o quê com o dinheiro que passou pelo caixa da fábrica durante anos e anos.
Se for assim, fica fácil, até eu abro uma empresa: dou calote em todo mundo, fico com o dinheiro pra mim e depois ainda culpo a Justiça quando esta me cobrar a dívida. Com um pouco de sorte, a opinião pública fica do meu lado e continuo a festa. Que tal?? Desculpem-me, mas quem cavou a cova da Cristais Hering foi ela própria.
Cadê a notícia?
Inquieta-me o silêncio dos grandes veículos de comunicação, principalmente os impressos, em torno do caso Marçal. Por que não problematizam a questão? A quantas está o procedimento interno da Câmara de vereadores para averiguar a conduta do vereador? O que dizem juristas, cientistas políticos, magistrados: houve quebra do decoro parlamentar? O Ministério Público não vai se pronunciar?
O Santa publicou no fim de semana uma matéria morna sobre o assunto, transformando em protagonista do caso a guarda de trânsito, quando o papel principal da novela é do vereador João José Marçal (PP), que tentou burlar a lei em favor de terceiros. A Folha de Blumenau, da mesma forma, tem pegado leve com o Legislativo, evitando críticas e cobranças mais severas. Depois os editores reclamam que não há pautas boas de Política para render matérias. Querem assunto melhor do que este?
O Santa publicou no fim de semana uma matéria morna sobre o assunto, transformando em protagonista do caso a guarda de trânsito, quando o papel principal da novela é do vereador João José Marçal (PP), que tentou burlar a lei em favor de terceiros. A Folha de Blumenau, da mesma forma, tem pegado leve com o Legislativo, evitando críticas e cobranças mais severas. Depois os editores reclamam que não há pautas boas de Política para render matérias. Querem assunto melhor do que este?
sábado, 2 de maio de 2009
Os detalhes do cálculo
Gostaria de ver os estudos sobre os quais fala o vereador Marcelo Schrubbe (DEM), em reportagem publicada pela Folha de Blumenau neste fim de semana. De acordo com ele, tais levantamentos calculam em R$ 910 milhões os prejuízos causados pela tragédia de novembro. Este seria, portanto, o custo total de reconstrução da cidade.
Não que eu desconfie da lisura do cálculo, mas trata-se de um valor bastante elevado. Equivale a todo o orçamento do município para 2009. Se entrasse no caixa da prefeitura de uma só vez, funcionaria com uma espécie de 13º salário para o ente público. É muito dinheiro, difícil até, para um leigo como eu, imaginar tudo que dá pra fazer com ele.
Mas façamos um exercício de imaginação:
- O treho mais atingido da Via Expressa custou, para ser concluído, há um ano, cerca de R$ 15 milhões. Para ser recuperado, após os estragos, imagino que não precise de igual quantia, afinal, nem todo ele foi destruído. Suponho então que, com uns R$ 10 milhões, seja possível reconstruir a avenida.
- Não tenho idéia de quanto se gastará para recuperar o sistema pluvial em frente ao Sesi, na Rua Itajaí, mas posso imaginar que deve ser um valor muitíssimo inferior aos cerca de R$ 40 milhões que o governo municipal investirá para ampliar em cerca de 20% a infra-estrutura sanitária da cidade. Algo em torno de R$ 5 milhões me parece um valor razoavel para recompor aquela estrutura.
- As 11 pontes que precisam ser reconstruídas, penso, não devem consumir mais do que R$ 5 milhões cada uma, em média, considerando que a amplitude dos estragos é diferente em cada uma. Acho um valor até alto, já que elas serão reconstruídas, não construídas. Em boa partedos casos, basta recuperar as cabeceiras.
- Um cálculo simplista, utilizado para projeções incipientes, estima em R$ 1 milhão por quilômetro o custo da pavimentação em rodovias. Desconheço a extensão total dos trechos atingidos no perímetro urbano, mas penso que dificilmente seria superior a uns 100 quilômetros, que é a distância percorrida entre Blumenau e Rio do Sul, aproximadamente.
Aqui neste exercício, feito com a liberdade da inflexão, seria possível reestabelecer boa parte da infraestrutura da cidade com R$ 170 milhões. É preciso ressaltar, claro, que ainda há galerias pluviais para serem desobstruídas, encostas - como o Ristow - para serem recuperadas e equipamentos urbanísticos - como trevos, parques e jardins - precisando de reparos. Mas são eles que irão consumir os R$ 740 milhões que, nesta conta simplista, faltariam para fechar a conta sugerida pelo vereador Marcelo Schrubbe?
Por isso seria interessante que o Executivo municipal apresentasse, detalhadamente, os estudos em questão. Assim qualquer dúvida seria dirimida e os mecanismos de pressão sobre Brasília poderiam até surtir efeitos mais significativos. Fica aí a sugestão.
Não que eu desconfie da lisura do cálculo, mas trata-se de um valor bastante elevado. Equivale a todo o orçamento do município para 2009. Se entrasse no caixa da prefeitura de uma só vez, funcionaria com uma espécie de 13º salário para o ente público. É muito dinheiro, difícil até, para um leigo como eu, imaginar tudo que dá pra fazer com ele.
Mas façamos um exercício de imaginação:
- O treho mais atingido da Via Expressa custou, para ser concluído, há um ano, cerca de R$ 15 milhões. Para ser recuperado, após os estragos, imagino que não precise de igual quantia, afinal, nem todo ele foi destruído. Suponho então que, com uns R$ 10 milhões, seja possível reconstruir a avenida.
- Não tenho idéia de quanto se gastará para recuperar o sistema pluvial em frente ao Sesi, na Rua Itajaí, mas posso imaginar que deve ser um valor muitíssimo inferior aos cerca de R$ 40 milhões que o governo municipal investirá para ampliar em cerca de 20% a infra-estrutura sanitária da cidade. Algo em torno de R$ 5 milhões me parece um valor razoavel para recompor aquela estrutura.
- As 11 pontes que precisam ser reconstruídas, penso, não devem consumir mais do que R$ 5 milhões cada uma, em média, considerando que a amplitude dos estragos é diferente em cada uma. Acho um valor até alto, já que elas serão reconstruídas, não construídas. Em boa partedos casos, basta recuperar as cabeceiras.
- Um cálculo simplista, utilizado para projeções incipientes, estima em R$ 1 milhão por quilômetro o custo da pavimentação em rodovias. Desconheço a extensão total dos trechos atingidos no perímetro urbano, mas penso que dificilmente seria superior a uns 100 quilômetros, que é a distância percorrida entre Blumenau e Rio do Sul, aproximadamente.
Aqui neste exercício, feito com a liberdade da inflexão, seria possível reestabelecer boa parte da infraestrutura da cidade com R$ 170 milhões. É preciso ressaltar, claro, que ainda há galerias pluviais para serem desobstruídas, encostas - como o Ristow - para serem recuperadas e equipamentos urbanísticos - como trevos, parques e jardins - precisando de reparos. Mas são eles que irão consumir os R$ 740 milhões que, nesta conta simplista, faltariam para fechar a conta sugerida pelo vereador Marcelo Schrubbe?
Por isso seria interessante que o Executivo municipal apresentasse, detalhadamente, os estudos em questão. Assim qualquer dúvida seria dirimida e os mecanismos de pressão sobre Brasília poderiam até surtir efeitos mais significativos. Fica aí a sugestão.
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