Será que os números do PIB brasileiro - que caiu 3,6% no último trimestre de 2008 - convencem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a crise mundial trouxe uma onda ao Brasil, e não apenas uma marola? Não é uma tsunami, que no Japão, por exemplo, fez o PIB encolher 16% no terceiro trimestre de 2008, mas é mais do que marola para uma economia, como a nossa, que vinha crescendo quase 2% por trimestre.
Tudo bem, se lembrarmos da economia brasileira nas décadas de 90 e 80, quando ventos mais fortes lá fora faziam o país pegar pneumonia, iremos concluir que estamos em uma situação bem mais confortável hoje. Nas crises do México, Rússia e Ásia, para quem lembra, a fuga de capitais do Brasil chegou a tal nível que o governo brasileiro - vide Pedro Malan, ministro da Fazenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - elevou a Selic a 43% ao ano. O objetivo era evitar que especuladores internacionais continuassem a tirar dólares do país. Assim, eles se mantinham como agiotas do Brasil, que proporcionava lucratividade incomum em todo o mundo. Ao custo, porém, do nosso suor.
Melhor, então, que Lula trate de evitar que a onda se transforme em tsunami, ao invés de ver nela apenas uma marola.